O 1° Seminário de Educação Indígena da região foi realizado nesta sexta-feira, 18 de agosto, na Escola Professor José Ribamar Pereira, na Aldeia Nazaré, em Lagoa de São Francisco, localizada a 189,2 km de Teresina-PI. O evento foi uma realização da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos – Sasc e da Secretaria de Educação – Seduc, em parceria os Povos Indígenas da região.
A Aldeia Nazaré é considerada terra indígena e, segundo o IBGE (2022), Lagoa de São Francisco é o 3° município em concentração populacional de indígenas do Estado do Piauí, sendo mais de 10,76% da etnia Tabajara.
A programação do seminário teve início com o ritual do Toré (dança ritualística realizada por diversos povos indígenas), seguido pelas falas das autoridades presentes. Entre as temáticas discutidas, foi abordada a legislação voltada para os povos originários e os mecanismos para a implantação da escola indígena na aldeia Nazaré, além de um debate sobre o questionamento “Que escola queremos?”.
Durante o evento, a superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários, Assunção Aguiar, explicou que a realização do seminário em Lagoa de São Francisco é um momento muito importante. Ela destacou a grande participação dos povos indígenas da região. “Participam professores, alunos e a comunidade. É um momento muito importante, porque esse é o segundo seminário – nós já realizamos um em Uruçuí, mas aqui na região é o primeiro. A gente precisa fazer com que a educação seja uma realidade nas populações originárias e é isso que estamos fazendo no Piauí”, diz ela.
A gerente da Unidade Escolar Indígena da Seduc-PI, Cinthia Falcão, reforça que a educação é um direito das populações indígenas: “Para além disso, garante a sua multiculturalidade, o seu modo de viver, os seus aspectos, e que sejam respeitados dentro de uma instituição escolar, porque é esse o ambiente onde a gente tem o ensino institucionalizado. Então estamos aqui discutindo essa importância”, coloca Cinthia.
Sobre a implantação das escolas dos povos indígenas, o Cacique Henrique, originário de Nazaré, da Lagoa de São Francisco do Piauí e diretor dos Povos Originários da Sasc-PI, aponta que esta é uma luta antiga das populações originárias: “Estamos trazendo desde 2015, quando fizemos o resgate histórico da nossa comunidade, para a gente manter viva a nossa cultura para as nossas crianças e nossa juventude. Então é preciso que tudo comece pela educação. Para nós, o maior presente que a gente pode receber é a implantação da educação escolar indígena no estado do Piauí”, fala o cacique.
Até o final de 2023, já estão previstas ações como a inauguração do 1º Museu dos Povos Originários do Piauí, em 30 de agosto, e os seminários sobre a saúde indígena, que devem acontecer em setembro.