O governador Rafael Fonteles inaugurou nesta quarta-feira (30), em Lagoa de São Francisco, o Museu Anízia Maria dos Povos Tabajara e Tapuio-Itamaraty, o primeiro do Piauí dedicado à cultura e ancestralidade dos povos indígenas. A solenidade, realizada na comunidade Nazaré, onde residem 450 indígenas dos povos Tabajara e Tapuio-Itamaraty, teve a participação da ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara; e do diretor do Programa de Aquisição de Alimentos, Raimundo Nonato Soares Lima, que representou o ministro Wellington Dias.
Rafael destacou que o museu é um reconhecimento da sociedade e dos próprios indígenas sobre a importância dos povos originários na construção do povo e das terras piauienses. E isso reforça uma maior valorização dos indígenas. Foram investidos na obra R$ 739.518,38 do Tesouro Estadual.
“Segundo o IBGE, temos no Piauí cerca de 7.200 indígenas autodeclarados. Em 2010, eram apenas 2.600, o que significa que a população que se reconhece como indígena passou certamente a ter uma autoestima mais elevada e se sente mais acolhida pelo próprio aparelho estatal e pela sociedade”, frisou o governador.
O chefe do Executivo Estadual lembrou que a ideia de construção do museu dos indígenas foi do ex-governador Wellington Dias, hoje ministro do Desenvolvimento Social. “Desde o primeiro mandato, ele procurou fazer esse resgate histórico, esse estímulo à valorização dos povos originários, o que resultou nesse museu”, comentou.
Rafael disse também que o Piauí está em sintonia com o Brasil na valorização dos indígenas. “Inauguramos o prédio com a ministra Sônia, que tem uma função muito relevante no país inteiro em reconhecimento aos povos originários, que é uma das bandeiras prioritárias do nosso presidente Lula”, destacou.
Sônia Guajajara destacou o simbolismo com a criação do museu. “O Piauí foi um dos últimos estados a reconhecer os povos originários e a titular os territórios, então, é muito importante a construção desse museu para manter viva a história dos povos indígenas aqui no estado”, afirmou.
O cacique Henrique Manoel, líder da comunidade e diretor dos Povos Originários da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), disse que o museu valoriza os indígenas não só de Nazaré, mas de todo o Piauí. “É um sonho realizado, um motivo de grande alegria, pois o museu conta a nossa história”, afirmou.
O museu possui um espaço de cerca de 380 m² e dispõe de área de exposição de artigos e itens da comunidade, sala administrativa, banheiros sociais e quarto de hóspedes.
Escola indígena
O prefeito de Lagoa do São Francisco, João Arilson, afirmou que a data é histórica e vai trazer políticas públicas para os indígenas. “O museu deu iniciativa para a criação da primeira escola indígena do Piauí. Além disso, daqui a 100 anos, os pesquisadores e historiadores vão dizer que em 2023 foi inaugurado o primeiro museu indígena do Piauí, deixando nosso município na história”, comentou.
O governador Rafael Fonteles disse que a escola municipal da comunidade Nazaré será conjugada com uma escola estadual e haverá um diferencial na valorização da cultura indígena. “Inclusive, há um planejamento para se fazer uma escola nesses moldes, cujo objetivo é valorizar a cultura indígena em Teresina”, afirmou o governador.
Entrega de kits de irrigação
Ainda em Lagoa do São Francisco do Piauí, Rafael Fonteles fez a entrega de 15 kits de irrigação para agricultores da comunidade e para a Associação dos Povos Indígena Tabajara, Tapuio Itamaraty da Comunidade Nazaré Lagoa de São Francisco do Piauí (APIN), por meio Programa de Valorização da Agricultura Familiar. O investimento foi de R$ 31 mil.
Telemedicina
O governador também inaugurou no município, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), a primeira ampliação do Programa Piauí Saúde Digital. A iniciativa, que já funciona no município de Piripiri, vizinho a Lagoa de São Francisco, irá disponibilizar telemedicina em dez especialidades médicas nas três unidades básicas de saúde (UBS) do município, além de equipamento de eletrocardiograma ECG em uma unidade básica.
Os exames serão realizados por profissionais de saúde locais e os laudos serão emitidos por médicos especialistas, por exemplo, à distância, sem perda de informações por meio da integração e interoperabilidades entre os sistemas federal, estadual e municipal. “As comunidades terão acesso a dez especialidades médicas sem precisar sair daqui”, afirmou Rafael.
O superintendente de Gestão da Rede de Média e Alta Complexidade da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), Dirceu Campêlo, destacou a importância da telessaúde para a população. “As três UBS daqui estão equipadas com uma sala para a telessaúde, caso o paciente venha e precise passar por esse tipo de consulta, tanto consultas com o clínico geral, como consultas com especialistas”, afirmou.
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