O governador Wellington Dias se reuniu, por meio de videoconferência, nessa quarta-feira (10), com representantes da Igreja Católica no Piauí para discutir os parâmetros para elaboração do protocolo exigido para retomada das atividades religiosas. Mesmo não havendo data prevista para liberação das celebrações, o estabelecimento das regras agilizará o retorno, quando autorizado.
O chefe do Executivo piauiense apresentou dados e explicou a decisão do governo pelo Pacto de Retomada Organizada (Pro Piauí) que autorizou o funcionamento de empreendimentos nos setores da construção civil, saúde e automotivo. Pelas projeções da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o percentual de leitos hospitalares exclusivos para Covid-19 disponíveis deve aumentar de 37% para 42% entre as semanas iniciadas em 14 de junho e 21 de junho. No mesmo período, projeta-se queda no percentual de crescimento de óbitos de 47% para 35%.
O governador ressaltou também a intensificação na estratégia de Busca Ativa, para localizar e tratar mais rapidamente pessoas que possam ter sido infectadas. “O objetivo é de um lado localizar quem está com a Covid-19, com sintoma, pelo exame clínico comprovar e tratar em leito clínico, evitando complicação e ficando mais fácil evitar o óbito”, explicou Dias.
O arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, disse que a Igreja Católica já criou um plano de retomada das atividades e aguarda o sinal das autoridades. “Nossa regra básica é total submissão às autoridades civis e sanitárias. Queremos tudo em harmonia. Dentro desse princípio as igrejas pensam, assim que liberadas, em acolher pessoas dentro de suas capacidades, dentro da distância regulamentar. As pessoas entrariam com máscara e higienização com álcool em gel. Após cada celebração, os espaços seriam higienizados”, explicou Dom Jacinto.
“Estamos na mesma estratégia, querendo descobrir uma saída. A partir do Estado e Municípios, que a gente possa chegar a um denominador comum e retomarmos”, pontuou Dom Plínio José Luz, bispo de Picos.
O plano elaborado pela Igreja Católica, no entanto, precisará de ajustes para adequação ao protocolo sanitário exigido pela Vigilância Sanitária.
Presentes à reunião, o secretário de Estado do Planejamento, Antônio Neto; e a gerente de Vigilância Sanitária Estadual, Tatiana Chaves, se dispuseram a desenvolver o protocolo juntos com as autoridades católicas, nesta sexta-feira (12).
“A regra que estamos colocando nessa fase é mais conservadora para o distanciamento, são dois metros. Trabalhamos uma ideia para irmos além. Aproveitando a capilaridade da Igreja Católica, cada paróquia levantar pessoas e manter contato com nossa equipe, para compreender e difundir informações diversas sobre a Covid-19 entre os fiéis e nas comunidades e pastorais onde estão inseridos”, complementou Wellington Dias.
A vice-governadora Regina Sousa ressaltou a necessidade de manter diálogo com a igreja para articular ações no pós-pandemia. “Precisamos começar a discutir economia coletiva, como vamos trabalhar com os pequenos, os pobres das comunidades, com líderes de pastorais. Isso vai exigir de nós muita capacidade de resolução”, pontuou Sousa.
O presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, deputado Themístocles Filho, também participou do encontro.
O governador ressaltou que, no momento, não há previsão para liberação de missas e cultos, por parte do governo estadual.