O governador Wellington Dias esteve reunido, por videoconferência, na última quinta-feira (18), com o reitor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Nouga Cardoso Batista, o vice-reitor, Evandro Alberto, além de vários professores que compõem o Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Núcleo Multidisciplinar e Interinstitucional. Na oportunidade foram discutidas estratégias balizadas por pesquisas científicas que tenham como objetivo combater a pandemia Covid-19.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Ailma do Nascimento, coordenadora do Observatório, explicou ao governador que o grupo trabalha em várias frentes de investigação, em destaque, a saúde, educação e economia. “O Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológico da Uespi foi instituído no mês de abril em função da crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19. Professores das áreas de Saúde, Administração, Matemática, Geografia, Letras, Comunicação Social e Tecnologia da Informação, todos estamos envolvidos em debater, levantar pautas e realizar análises sobre os dados oficiais que o Estado dispões sobre essa doença, suas consequências e impactos que ela está trazendo não somente para a Uespi e sua comunidade, como também para a sociedade piauiense, que sofre pelos seus doentes, pela queda na economia, pelo afastamento social e, infelizmente, pela muitos óbitos de entes queridos. Vamos colaborar cientificamente com o governador e, consequentemente, ajudar o povo do Piauí, apresentando pareceres técnicos que auxiliarão nas resoluções e medidas coletivas de segurança”, explicou Ailma Nascimento.
O governador havia encaminhado, na semana passada, algumas demandas de investigações à Universidade. De acordo com reitor, Nouga Cardoso, a própria Uespi já tinha tomado a iniciativa de criar o Observatório e o encontro serviu para que o governador conhecesse alguns membros do Observatório, suas posições e o que já está sendo investigado pelo grupo. “Foi um encontro muito proveitoso. Apresentamos nossos trabalhos, nossas pautas e ficamos felizes com o entrelaçamento do que nós estamos fazendo com o desejo do governador quanto a pesquisas que podem ajudá-lo nas decisões. O governador sabe e teve mais uma confirmação que pode contar com o trabalho competente que nossos docentes realizam. Em momento tão difícil como esse, a união de todos fará a diferença e, eu acredito que fará a diferença para melhor e para vencermos essa pandemia”, destacou.
Wellington Dias pediu um trabalho conjunto da Uespi com outros órgãos do Estado, como a Seplan, Cepro e Fapepi e sugeriu pesquisas que mostrem a propagação do vírus por região e as consequências naqueles municípios que seguem a ciência e aqueles que não seguem, em relação às medidas de segurança, taxa de ocupação de leitos, mortalidade dentre outros assunto.
Diante dessas demandas, o Observatório já havia feito um encontro virtual para criar subcomissões, que são a de Administração/Economia, Geografia/Matemática, Saúde e Educação. Os professores, na maioria, são da própria Uespi e outros profissionais foram convidados para acrescentarem nas pesquisas e produção de relatórios. Como a Uespi está em 12 regiões, o grupo tem membros de todas para que as pesquisas tenham um reflexo mais abrangente. Até o momento, o Observatório já apresentou dois Boletins que versam quanto ao isolamento social, o uso das tecnologias no ensino e a atividade de pequenas e médias empresas.
Ambulatório Estomaterapia
Outros dois temas relacionados de forma direta e indireta ao combate à pandemia foram destacados no encontro da Uespi com o governador. O primeiro a criação de ambulatórios de estomaterapia e uma parceria maior com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). A professora Sandra Marina falou sobre a importância da Estomaterapia e o pioneirismo da Uespi na formação da primeira turma de especialização, com 28 profissionais, em um curso acreditado pela Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest) e com selo internacional pelo WCET, que é o órgão da estomaterapia no mundo.
A docente informou sobre a proposta da Uespi de criação de um ambulatório de estomaterapia como mais uma medida de combate à pandemia e que irá ser importante também para o pós-pandemia. “Esse ambulatório vai contribuir no enfrentamento da pandemia do coronavírus, uma vez que poderá realizar educação em saúde, avaliação de casos, análise de indicadores e também condutas adequadas para a prevenção e tratamento de pessoas com feridas estomias e incontinências. Neste momento de pandemia, os pacientes com doenças crônicas, como diabetes, têm um risco maior de lesão e precisam ser avaliados precocemente para evitar que as lesões tornem-se crônicas complexas e necessitem de internação. O aumento da demanda hospitalar eleva o risco de adquirir o coronavírus e termina evoluindo para complicação e até mortalidade como já aconteceu”, explicou Sandra Marina.
O ambulatório de estomaterapia, em um primeiro momento, seria montado nas quatro regionais do Estado: Picos, Parnaíba Floriano e Teresina, no HGV. Em 2020, o deputado federal Marcos Aurélio Sampaio destinou uma emenda constitucional de R$ 1 milhão para pesquisa na Uespi e deste R$ 700 mil seriam utilizados para compra de materiais de curativos para o ambulatório de estomaterapia.
“Fiquei muito feliz com a recepção e ação do governador nesse encontro. Ele, de imediato, entendeu a necessidade, a urgência e a importância dessa área para o agora e depois da pandemia. Vamos implantar esses ambulatórios e deixar o Piauí ainda mais como centro de referência na saúde da sua população e dos brasileiros de uma forma geral”, finalizou a professora.