A Cooperativa de Desenvolvimento Rural do Vale do Rio Piracuruca (Codevarpi) realizou, na última sexta-feira (26), a coleta de apitoxina (substância encontrada no ferrão das abelhas do gênero Apis) para que seja realizado um estudo acadêmico onde será verificada a eficácia desta substância no combate a bactérias resistentes e também às complicações ocasionadas pelo coronavírus Sars-COV-2, causador da Covid-19. A pesquisa está sendo desenvolvida pela mestranda em Biotecnologia pela Unifacid, Rilkaelle Gomes de Melo Cerqueira.
A coleta do veneno das abelhas foi realizada, na semana passada, em duas etapas: a coleta no apiário da comunidade Fazenda Nova, onde foram utilizadas doze colmeias, e o processamento no laboratório da Unidade de Extração da Apitoxina da Codevarpi, que recebe o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e do Programa de Geração de Emprego e Renda (Progere II).
Participaram da atividade, o consultor de cadeias produtivas do Território dos Cocais, Erivaldo Rodrigues; o presidente da Codervap, Saturnino Mendes; a técnica de Assistência Técnica Sistemática (ATS) do CEAA, Rejane Silva; além da própria pesquisadora, Rikaelle Gomes, que também é vice-presidente do Sindicato Patronal Rural de Piracuruca, e de outros integrantes da cooperativa.
O consultor Erivaldo Rodrigues destaca que este Projeto de Inclusão Produtiva (PIP) vem trazendo verdadeiras inovações tecnológicas e mercadológicas sobre a apitoxina. “Isso possibilita geração de renda, durante todo o ano, para os apicultores envolvidos e ganhos ecológicos para toda a sociedade. Já se sabe que há estudos relacionados à Covid-19 sobre o uso da apitoxina e estes destacam que a substância é promissora por seus efeitos bactericidas e anti-inflamatórios. No entanto, pesquisas sobre as propriedades do veneno da abelha em relação ao vírus da Covid-19 são inovadores e as pesquisas são escassas”, pontuou.
A diretora técnica do Progere II, Janaína Mendes, destaca que o projeto do Vale do Rio Piracuruca é resultado de uma demanda da Codevarpi e que atua em seis municípios com mais de 200 cooperados. “O projeto, inaugurado no final do ano passado, beneficia diretamente 24 famílias e o investimento total é de duzentos e trinta e dois mil, quatrocentos e onze reais. Estas primeiras coletas estão servindo para ajustes de equipamentos e para treinamento dos apicultores, além de contribuir também para a pesquisa da jovem Rilkaelle, que é neta de um beneficiário indireto do Programa”, afirmou.
Mendes reforça que o objetivo do Progere II é aumentar a renda de pequenos produtores tendo como principal linha de ação a concessão de incentivos financeiros para implantação de planos que visam o aumento da produção, da produtividade, uso racional dos recursos naturais e o acesso a mercado por meio destes produtores.