O governador Wellington Dias coordenou, nessa segunda-feira (13), reunião para discutir soluções para a escassez de medicamentos e dificuldade na contratação de profissionais para atuação nas ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Estado e Municípios são unânimes quanto à necessidade de ajuda do Ministério da Saúde para garantir as condições de atendimento aos contaminados na rede pública.

Uma das principais dificuldades encontradas é a morosidade na resolução de questões consideradas urgentes. O Ministério da Saúde abriu, em junho, um processo de pregão via Sistema de Registro de Preços (SRP) para que estados e municípios pudessem manifestar o que precisavam e realizar a compra com desconto.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, o Piauí aderiu à proposta dentro do prazo, enviou a lista de itens que precisava, porém não recebeu os medicamentos a tempo. “Enviamos uma lista com 27 itens. Chegaram aqui três itens, em quantidades pequenas. Não poderíamos ficar aguardando. Fizemos uma aquisição administrativa de uma empresa que tinha parte do que precisávamos. A empresa entregou e já distribuímos para os hospitais” pontuou o gestor.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) está utilizando de chamamentos públicos para garantir o abastecimento na rede pública. Florentino Neto recebeu do MS, nessa segunda, um comunicado que deve ser enviado, até esta quarta-feira (15), um pedido de bloqueadores neuromusculares, medicamento utilizado em pacientes graves. Sobre o pedido de sedativos, analgésicos e vasopressores, não há resposta.

O governador deve se articular com a bancada federal piauiense e acionar o Congresso Nacional, em busca de recursos complementares e apoio às necessidades do Estado e dos municípios piauienses. “Entendemos que a prorrogação do estado de calamidade é um passo importante para acessarmos um recurso que já está previsto. O governo federal não necessitaria gastar um centavo a mais do que já está lá”, disse Wellington.

A procuradora-geral de Justiça, Carmelina Moura, participou da reunião. O Ministério Público integra o Comitê Ampliado de Operações Emergenciais (COE), e vem acompanhando os desafios enfrentados pelos gestores para superar entraves burocráticos e oferecer soluções em tempo hábil.

O presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, Manoel de Moura Neto, revelou na reunião que a capital também se habilitou para receber recursos humanos e medicamentos do governo federal. O município está impedido de entregar 36 leitos de UTI no hospital de campanha João Claudino Fernandes, porque não encontra profissionais especializados para trabalhar. O estoque de medicamentos, segundo o gestor, está reduzido.

“A luz amarela acendeu. Temos estoques para menos de 30 dias e são medicamentos indispensáveis para quem está na UTI”, declarou Manoel de Moura.

O presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), Jonas Moura, falou da dificuldade das prefeituras em arcar com o alto custo das ações que envolvem o enfrentamento à Covid-19.