A estudante do Mestrado em Literatura da Universidade Estadual do Piauí (Uespi, Isis Rost, lançou o livro Transas da Contracultura Brasileira, juntamente com a escritora Patrícia Marcondes de Barros. A obra reúne artigos, poemas, entrevistas, depoimentos e ensaios sobre a temática, e encontra-se disponível para download gratuito no Blog da editora Passagens.
A obra traz a abordagem das duas autoras pesquisadoras ligadas à efervescência cultural dos anos 1960 e 1970. A ligação entre elas resultou em um material que alinha entrevistas e depoimentos de personagens expressivos daqueles anos – tempos de explosão criativa, transformações comportamentais profundas e também de muita repressão política – com textos de pesquisa.
Segundo Isis Rost, a contracultura nos anos de 1960 e 1970 significou um contraponto à violência das guerras e do autoritarismo, expresso pelo comportamento e linguagem. “Em nosso atual contexto, onde está claro que a truculência vem tomando o lugar do raciocínio e a cultura está sendo jogada para escanteio, é fundamental o resgate dos elementos de resistência da contracultura, a fim de fornecer ferramentas para que possamos nos defender e reagir ao avanço do autoritarismo, de valores de culto à violência e o desrespeito aos direitos humanos”, destacou a autora.
Capa
Patrícia Marcondes, doutora em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta que a ideia surgiu a partir do desejo de produzir um livro híbrido, que envolvesse depoimentos e entrevistas de artistas expressivos da época, junto a poesias e textos resultantes de pesquisa. “Um ponto interessante é o contato que o livro estabelece entre os pesquisadores de diferentes regiões do país, passeando pelas contraculturas que emergiram também fora do eixo Rio-São Paulo”, enfatizou a autora Patrícia Marcondes.
Participações Especiais
“A nossa abordagem misturou as falas dos protagonistas da época, como o poeta Chacal, Luiz Carlos Maciel, Jards Macalé, com a escrita de pesquisadores. Os temas são variados, quase sempre correndo do lado B da contracultura, como a poeta Ana Cristina Cesar, figura central da poesia marginal, e a Navilouca, publicação organizada por Torquato Neto e Waly Salomão”, explicou Isis Rost.
O professor Feliciano José Bezerra Filho, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Uespi, e a Professora Ana Cristina Meneses de Sousa, docente do curso de História da Uespi, também auxiliaram as escritoras durante a produção da obra. “Pensamos em escrever para um público amplo, que não fosse apenas acadêmico. Nosso livro, assim como a contracultura, foi um experimento”, finalizou a autora Patrícia Marcondes.
Link para download do livro “Transas da contracultura brasileira”