Na última quarta-feira (12), a equipe de captação de órgãos e tecidos para transplantes do Hospital Getúlio Vargas realizou mais um procedimento de coleta, por meio da Organização de Procura de Órgão e Tecidos e Central Estadual de Transplantes, coordenado pelo médico Wellington Figueiredo e pela equipe do Centro Cirúrgico do hospital.

A doadora, uma senhora de 64 anos, teve o diagnóstico de morte encefálica confirmado e, após realização de todos os testes comprobatórios determinados pela Legislação Brasileira, e seguidos os requisitos do processo, foi realizada a retirada do fígado, rins e córneas. Ainda no dia 31 de julho, o hospital também efetuou uma captação de órgãos de um homem de 69 anos, quando foram recolhidos os rins e o fígado.

O coordenador de enfermagem do setor de Organização de Procura por Órgãos, Gilson Cantuário, explica que para acontecer a doação é fundamental o diálogo com os familiares. “Precisamos entender o sentimento da família no momento da perda, conversar. Sabemos que é um momento difícil e é necessário tirar todas as dúvidas, até a decisão final”, comenta.

Segundo a diretora técnica da Fundação Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), Fátima Garcez, a doação de órgãos pode dar novos destinos a outras pessoas. Ela explica que o número de doadores ainda é pequeno no Piauí e no Brasil, se comparado ao de pacientes quem esperam pelas doações.

Segundo Garcez, vários fatores incidem sobre esse problema, como a falta de informação, que gera medo e incerteza, o desconhecimento sobre os processos de doação e, até crenças religiosas. “A carteira de identidade é o principal meio de anunciar que você é doador. Inclua essa informação no seu RG, assim como avise sua família. Quanto mais pessoas tiverem a consciência da nobreza do ato de doar, mais pessoas terão novas chances na vida”, destaca.

O presidente da Fundação, Pablo Santos, explica que um único doador pode beneficiar até 25 pessoas com o transplante de seus órgãos e tecidos e que o processo também pode ser realizado com doadores vivos. “A doação não precisa ser feita necessariamente após a morte cerebral do paciente. Alguns transplantes podem ser feitos ainda em vida, como os de rins, parte do fígado, pâncreas, pulmão ou medula óssea. Precisamos incentivar os doadores e conscientizar que é um gesto de solidariedade que salva outras vidas”, comenta Santos.