Será realizado, na próxima quarta (16), o pré-lançamento da Campanha de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do Campo, “Mesmo distantes, estamos unidas – Dizemos Não à violência contra as mulheres do campo”. A iniciativa é da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), em parceria com as coordenadorias da Juventude do Estado do Piauí (Cojuv) e de Estado de Políticas para as Mulheres (CEPM), além de outros órgãos estaduais. O evento ocorrerá de modo remoto, por meio do Google Meet, a partir das 10h.

O evento terá como público-alvo os movimentos sociais, sobretudo aqueles que são ligados às questões do campo. O lançamento ao público geral está previsto para o dia 23 de setembro. A campanha foi definida em reunião do Comitê de Políticas para Mulheres Rurais do Estado do Piauí que aconteceu ainda na semana passada.

A necessidade do plano surgiu pelo aumento de casos de violência doméstica durante o período da pandemia da Covid-19. No Piauí, houve um aumento de 27,3% no número de Boletins de Ocorrência de violência doméstica em relação ao mesmo período de 2019. Outros estados do Norte e Nordeste também registraram aumentos significativos.

“Sugerimos o envolvimento, por meio de curso de formação de Promotoras Legais Populares (PLPs), conhecidas também como agentes multiplicadoras de cidadania, no plano de ação da Campanha. A ideia é que elas sejam mediadoras comunitárias das ações que constam no plano. Além disso, pensamos em oferecer minicursos de formação para quem for um apoiador ou apoiadora do plano, fortalecer as redes e envolver unidades móveis no apoio das ações”, disse a diretora de Políticas Sociais da Cojuv, Ianara Evangelista.

A campanha tem como um dos focos o acesso à informação das mulheres sobre como e a que instituições e canais recorrer em caso de situações abusivas no ambiente familiar, isto é, sobre informações da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, dando ênfase a estratégia territorial. O outro ponto é a conscientização porque, por vários motivos, mulheres que passam por esse tipo de situação sentem receio em fazer qualquer tipo de denúncia.

“As mulheres têm muito medo de denunciar seus agressores e isso abrange diversas situações: o temor de sofrer mais violência, a exposição dos seus filhos, a vergonha perante a família, dos vizinhos e da sociedade como um todo. A intenção dessa campanha é que possamos fortalecer os canais de divulgação, construir espaços formativos com a sociedade e construir estratégias de participação comunitária em que as mulheres possam fortalecer umas às outras”, explicou Evangelista.