Mikaele da Silva Félix, mãe da pequena M. P., de três meses, conta que, com cinco dias após o nascimento da filha, recebeu a notícia que a criança deveria ficar internada na Maternidade Dona Evangelina Rosa para receber tratamento e ser encaminhada a Recife, por meio do Programa de Tratamento Fora do domicílio (TFD), para passar por um procedimento cirúrgico.
“Foi um susto quando soube que minha filha tão pequena precisava fazer uma cirurgia tão delicada. Hoje, depois de três meses, volto a Teresina aliviada e com a esperança que tudo dará certo. Minha pequena irá ficar internada na maternidade para concluir o tratamento, mas tenho certeza que logo estarei em casa com minha filha recuperada”, conta emocionada a mãe.
Taiane da Silva Cerqueira conta que descobriu sobre o problema do filho quando estava com 11 semanas de gestação. O pequeno V., agora com oito meses de idade, teve o parto planejado, e ficou internado esperando a data para realizar a cirurgia. “Agora estou muito feliz, depois de três meses em Recife voltei a Teresina, mas logo volto à minha cidade, Cocal da Estação. Estamos indo agora para a maternidade onde ele passará por avaliação médica e, provavelmente, amanhã retornarei para perto de minha família, que espera ansiosa a nossa chegada”, diz a mãe.
O que essas duas histórias têm em comum? São crianças que nasceram com cardiopatia congênita, uma alteração na função ou estrutura que ocorre durante a formação do coração do bebê, sendo assim, ele já nasce com problema cardíaco e necessita de acompanhamento médico e cirurgia. Segundo o Ministério da Saúde, a incidência é em torno de 8 a 10 casos por 1.000 nascidos vivos.
No fim da tarde dessa quinta-feira (4), as duas mães chegaram a Teresina vindas de Recife onde, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e do Programa de Tratamento Fora do Domicílio, realizaram procedimento cirúrgico de cardiopatia congênita. A equipe do TFD que acompanhou a viagem de retorno também levou outra mãe com uma criança com cardiopatia para a realização do procedimento cirúrgico.
“O Tratamento Fora do Domicílio realizado pelas crianças conta com todo o apoio da Secretaria de Estado da Saúde. A iniciativa é uma das ações da gestão estadual para reduzir o tempo de espera de pacientes que aguardam cirurgias mais complexas”, destaca Florentino Neto, secretário de Estado da Saúde.
Tratamento Fora do Domicílio
O TFD é um instrumento legal que visa a garantir, pelo SUS, o tratamento de média e alta complexidade a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município ou no estado de residência. O programa oferece aos seus beneficiários tratamentos ambulatoriais e hospitalares/cirúrgico previamente agendado, passagens de ida e volta – aos beneficiários e se necessário, ao acompanhante no mesmo valor, para que possam deslocar-se até o destino agendado e retorno à cidade de origem, ajuda de custo para alimentação para o beneficiário e/ou acompanhante enquanto durar o tratamento, e ainda, responsabilização pelas despesas decorrentes de óbito do beneficiário no local encaminhado para tratamento.
“Contamos com uma equipe de assistentes sociais que ficam 24 horas de plantão. Para que nossos pacientes possam ter atendimento, que facilite o seu deslocamento, no momento que são chamados pelos hospitais”, explica a coordenadora do Tratamento Fora do Domicílio, Vanessa Sousa.
Para ter acesso ao Tratamento Fora do Domicílio, o usuário deve ser encaminhado pelo médico do SUS, com toda a documentação pessoal e laudo médico, e dar entrada no protocolo do TFD, que fica localizado no prédio da Farmácia do Povo, na Rua David Caldas, nº 398, Centro/Norte, 1º andar – Cruzamento com a Rua Areolino de Abreu, próximo à Caixa Econômica.