O enfrentamento à Covid-19 exige a coordenação unificada de ações e o emprego de todos os recursos disponíveis. Na área hospitalar, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) tem feito esforços para expandir a rede assistencial, especialmente os leitos de cuidado intensivo.
Contudo, a expansão gradativa de leitos pode não ocorrer em tempo hábil para atender à crescente demanda por internações, o que gera a necessidade de assegurar margem ao sistema público, para além das medidas de isolamento social.
Nos últimos meses de 2020, a Sesapi, com a redução dos casos de Covid-19 (média de 360 por dia) e consequente queda nas internações e óbitos (média de seis por dia), o Comitê de Operações Emergenciais (COE-PI) aprovou a redução da quantidade de leitos e remanejou o restante para tratamento para outras patologias, com o retorno das cirurgias eletivas.
“Com a diminuição de casos de Covid-19 e a consequente redução das internações, o Ministério da Saúde desabilitou os leitos financiados pelo governo federal. Agora, estamos tentando essas novas habilitações junto ao Ministério da Saúde, porém não é um processo tão rápido”, explica o superintendente da Rede de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Alderico Tavares.
Ele explica que a abertura de novos leitos públicos é medida de extrema importância, “contudo, torná-los operacionais demanda tempo pela exigência de equipamentos, insumos e a contratação de recursos humanos qualificados”.
“Neste momento, o mercado está com uma demanda muito alta e há falta dos produtos no mercado nacional e internacional. Não ter os insumos para vender por causa da pandemia e os produtos que restam estão com os preços superfaturados. Além do Piauí, vários estados brasileiros já começam a ter dificuldade de manter os estoques dos produtos. O que dificulta a abertura de novos leitos. Por isso pedimos a colaboração da população neste momento de medidas restritivas”, destaca o superintendente.
Neste momento, o estado do Piauí conta com 234 leitos de UTI para o atendimento a pacientes com a Covid-19. Desse total, 65 leitos (27,9%) estão habilitados pelo Ministério da Saúde, por meio de portarias ministeriais (GM/MS 3576/18/12/2020 e GM/MS 3449 16/12/2020), que têm vencimento em fevereiro de 2021. Os 168 (72,1% ) restantes estão sendo custeados por entes do Estado – Secretaria de Estado da Saúde e Fundação Municipal de Saúde de Teresina.
No Piauí, seis hospitais estão atualmente com leitos habilitados pelo ministério da saúde. São eles: Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano (5 leitos); Hospital Regional Chagas Rodrigues, Piripiri (10 leitos); Hospital Deolindo Couto, Oeiras (5 leitos); Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, Parnaíba, (10 leitos); Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, São Raimundo Nonato (15 leitos); Hospital Natan Portela (5 leitos); e Hospital da Polícia Militar (5 leitos), esses dois últimos em Teresina.
“Queremos lembrar à população que a Sesapi vem trabalhando, desde o início da pandemia, atenta a todas as necessidades sanitárias, de leitos e alerta sobre a situação epidemiológica do estado, buscando todos os meios para enfrentar essa guerra contra o coronavírus”, lembra o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.