A Unidade Escolar Androaldo Pires Soares, no povoado Alegria, zona rural de Teresina, já conseguiu, de fevereiro até o início de março, resgatar mais de 20 alunos que frequentavam a escola na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), por meio de busca ativa.

“Nossos alunos trabalham durante o dia e só estão em casa à noite. Então, pedi aos professores que preparassem o material e entregamos, aluno por aluno, para que eles possam continuar os estudos para concluir o processo de ensino”, diz Marilene Barbosa, diretora da escola.

A unidade, que tem cerca de 83 alunos e funciona em parceria com Prefeitura de Teresina, viu a rotina afetada devido à pandemia, que teve início em 2020. A diretora da escola conta que alunos das turmas de 4ª, 5ª, 6ª e 7ª etapas do EJA acabaram desistindo por não conseguirem manter o ritmo ou por não terem condições de acompanhar as aulas do Canal Educação.

“Tivemos muita dificuldade neste período de pandemia, pois a vinda dos alunos depende do transporte escolar. Quando veio a pandemia, o transporte foi suspenso e as aulas passaram a ser on-line. Depois o problema foi a internet”, explicou Marilene Barbosa.

Com empenho e dedicação, a professora conta que foi iniciado, com toda a equipe da escola, um trabalho detalhado para o resgate desses estudantes. A unidade atende povoados da região sul da capital, além dos povoados Humaitá, Cantinho Sul, Recanto dos Pássaros, Torrões e mais alunos do Projeto Casulo, do Parque Sul.

“Temos aulas pelo WhatsApp e imprimimos todos os conteúdos para entregar pessoalmente a todos os alunos que moram nos povoados. São cerca de cinco comunidades que foram alcançadas com o apoio da 21ª GRE, que nos enviou um carro com motorista”, disse a gestora.

Devido à dificuldade de acesso a alguns locais da zona rural, a educadora conta que tem feito parceria com comerciantes locais para que possam ser pontos de acesso aos estudantes às atividades. Além do material impresso entregue, a diretora conta que foi possível entender as dificuldades de cada aluno e, aqueles possuíam meios de utilizar celular, receberam um chip de dados da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para que pudessem ter acesso ao conteúdo on-line.

“Alunos que eu nunca tinha conseguido alcançar, eu consegui nessa busca. Demos a eles os kits de alimentação que estavam armazenados na escola e foi uma glória, pois eles voltaram a estudar”, disse ela ainda completando: “Nosso trabalho não acabou. Quando amenizar a pandemia pretendemos fazer uma busca ativa com carro de som e panfletos”.