Em entrevista coletiva, no começo da tarde desta quarta-feira (10), o governador Wellington Dias, anunciou que o Hospital da Polícia Militar (HPM) será preparado para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19 e que todos os leitos de UTI no Estado serão reservados para atender somente pacientes com coronavírus ou outras doenças muito graves. Além disso, o Governo do Estado vai usar os leitos dos hospitais privados.
Durante a coletiva, o governador alertou que o Piauí chegou ao limite no combate à Covid-19. Segundo o gestor, 89% dos leitos de UTI do estado estão ocupados e os casos continuam crescendo. Sete das oito regiões do Piauí estão sem vagas em UTI. Para tentar frear a alta, o Piauí e todas as demais unidades da Federação irão adotar, ao mesmo tempo, nos próximos dias, medidas governamentais por meio de decretos.
Wellington adiantou que conseguiu, junto ao Ministério da Saúde, a promessa da entrega de 40 respiradores para o Piauí, que serão distribuídos nos municípios, especialmente nos maiores, como Picos e Parnaíba.
Para evitar que o Brasil se torne o celeiro mundial de novas variantes do coronavírus, o Fórum de Governadores do Brasil, juntamente com representantes do poder judiciário nacional, do executivo nacional e do legislativo, irá solicitar que os laboratórios fabricantes de vacinas se comprometam a entregar ao país os insumos necessários para a vacinação do país. “Caso não seja feito isso, o Brasil pode ser o epicentro das novas variantes da Covid”, alertou.
Wellington Dias reconheceu que os profissionais de saúde estão esgotados, sem tirar férias desde março do ano passado, quando a pandemia começou. “Imagine o esforço de manter a UTI. São profissionais de saúde de oito áreas diferentes”, frisa. O chefe do executivo estadual admitiu que a rede hospitalar em todo o Brasil chegou ao colapso, e o que os governadores agora estão tentando evitar uma tragédia. “Tivemos quase dois mil mortes, ontem. Estamos lutando para evitar que esse número aumente para três mil, como já estão prevendo”, afirmou, justificando as medidas nacionais.
O governador lembrou que a união entre os estados é importante e foi graças a ela que o carnaval foi suspenso, em todo o país, em fevereiro. “Os eventos que aconteceram (aumento no número de casos) foi porque houve descumprimento. Imaginem se tivesse ocorrido carnaval no país, como seria a realidade hoje? Conseguimos algum resultado com nossas medidas conjuntas”, lembrou.