“Hoje, vivemos uma pandemia de um mal chamado drogas”, a frase de José Gouveia, gestor da Casa do Oleiro, entidade existente há nove anos do Piauí para o tratamento de dependentes químicos, sintetiza o grave problema social em todo o mundo. Para ajudar as pessoas a saírem do vício, o Governo do Estado conta com a Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas (Cendrogas), responsável pela implantação de políticas públicas de enfrentamento às drogas no Piauí.

Criada em 2011, a Cendrogas oferece, hoje, cerca de 700 vagas gratuitas nas 31 comunidades terapêuticas em 12 Territórios de Desenvolvimento do Piauí. Homens e mulheres e adolescentes dos sexos masculino e feminino podem ser atendidos e acolhidos em tratamentos que duram de seis meses a um ano. Esses locais são, na maioria das vezes, a última instância para os dependentes químicos. “A maioria não tem outra opção. Aqui, elas reaprendem muitas regras da vida, a respeitar seus limites e muito vínculos familiares são reconstruídos”, afirma José Gouveia.

José Gouveia, gestor Casa do Oleiro

O tratamento não inclui apenas afastar o paciente das drogas, mas também dar a ele uma nova vida, reintegrando-o à sociedade. Por isso, a Cendrogas promove qualificação por meio de cursos de computação, bordado, artesanato e marcenaria, além de aulas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). É a chamada laborterapia.

Os pacientes que buscam tratamento podem procurar a Cendrogas que, após estudar cada caso, faz o encaminhamento para os centros de tratamentos adequados, aos hospitais de referência ou aos órgãos como Centro de Apoio Psicossocial (Caps), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). “Estamos constantemente discutindo novas políticas públicas de enfrentamento às drogas, sempre feito em parceria com o Conselho Estadual de Políticas sobe Drogas e fazendo ainda capacitação nos municípios por meio de cursos e palestras, para se tornem multiplicadores”, afirma Sâmio Falcão, coordenador do Cendrogas.

Sâmio Falcão, coordenador Cendrogas

A comunidade terapêutica Casa do Oleiro é uma das maiores do Piauí. Ela foi a primeira do estado a atender adolescentes do sexo masculino e também o público feminino. Em nove anos de existência, já acolheu mais de cinco mil pessoa. Conta com 300 vagas. “O crescimento assustador do uso descontrolado das drogas fez com que surgissem instituições voltadas para o tratamento e que ajudam o Governo a combater esse mal”, explica José Gouveia.

Crescimento
Em 2015, o estado possuía apenas quatro instituições credenciadas em apenas um território de potencialidade. Em 2018, a Coordenadoria contava com o apoio de 31 instituições. De 2015 a 2018, o número de atendimentos psicossocial mensais na Cendrogas também aumentou de forma significativa, passando de 55 para 300.