O pequeno Carlos Emanuel, de três meses de vida, foi levado nesta quarta-feira (19) para Recife, onde será submetido a uma cirurgia cardíaca através do Tratamento Fora do Domicílio (TFD). A criança estava internada na UTI neonatal do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. A mãe do garoto, Maria Gisele, agradeceu às equipes do HEDA pelo atendimento. “Me senti muito acolhida junto com meu filho. Estou muito feliz e espero retornar logo para casa com ele bem de saúde”, afirma ela.

O Governo do Piauí, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), garante todo custeio do tratamento, que será realizado no Hospital Real Português, em Recife. O paciente é um dos últimos na fila de espera por tratamento no TFD. O programa já atendeu este ano 44 pacientes que precisaram de atendimento fora do Estado.

Segundo o secretário de Saúde, Florentino Neto, diagnosticar precocemente é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. “Por não serem doenças evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença. O Governo não mede esforços para devolver a esperança de vida longa para esses pequenos piauienses”, explica.

O Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é um instrumento legal que visa a garantir, pelo SUS, o tratamento de média e alta complexidade a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município ou no estado de residência. O programa oferece aos seus beneficiários tratamentos ambulatoriais e hospitalares/cirúrgico previamente agendado.

Além disso, também são fornecidas as passagens de ida e volta aos beneficiários e ao acompanhante no mesmo valor, para que possam deslocar-se até o destino agendado e retorno à cidade de origem; ajuda de custo para alimentação para o beneficiário e/ou acompanhante enquanto durar o tratamento, e ainda, responsabilização pelas despesas decorrentes de óbito do beneficiário no local encaminhado para tratamento.

A cardiopatia congênita é um grupo de anormalidades na estrutura do aparelho cardiocirculatório, secundária a uma alteração no desenvolvimento embrionário, que pode surgir nas primeiras oito semanas da gestação, quando se forma o coração do bebê, causando insuficiência circulatória e respiratória, o que pode comprometer a qualidade de vida do paciente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 130 milhões de crianças no mundo têm algum tipo de cardiopatia congênita. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são dez casos a cada mil nascidos vivos, estimando em 29 mil o número de crianças que nascem com cardiopatia congênita por ano e cerca de 6% delas morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.