Nos últimos dias, o Maranhão anunciou os primeiros casos da variante indiana e o Ceará anunciou que tem casos suspeitos desta nova variante de coronavírus. Com o surgimento desses infectados, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesapi) entra em alerta, pois os estados fazem divisa com o Piauí. O estado adotou medidas como o reforço das barreiras sanitárias em 26 pontos nas divisas entre o Maranhão, em um primeiro momento.
Para conseguir detectar a presença de novas variantes é preciso estudar o vírus e sua estrutura. Para isso, os pesquisadores realizam um sequenciamento genético dos genomas do novo coronavírus e mapeiam o surgimento de mutações.
“Os centros especializados recebem as amostras de hospitais e enviam uma porcentagem delas para os laboratórios que realizam o sequenciamento. Mas para que os genomas sejam sequenciados, essas amostras precisam ser de qualidade, por isso o Lacen toma todo cuidado com o acondicionamento para enviar as amostras”, explica a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa.
Esse sequenciamento é feito a partir do exame de RT/PCR, que é analisado pelo Lacen-PI, que quando detecta a presença de variações do SARS-CoV-2. O material é enviado para o laboratório de referência, Instituto Evandro Chagas, na Bahia, que realiza o sequenciamento do vírus e descobre as variantes das linhagens conforme as diferenças que apresentam no material genético.
“Infelizmente ainda não existem testes rápidos ou antígenos que possibilitam a detecção de novas variantes de forma instantânea, então precisamos de um exame de RT/PCR, para que o laboratório de referência faça essa análise”, lembra a epidemiologista.
No Piauí não foi detectada a presença da variante indiana, porém já circulam pelo estado as variantes P1, P2 e a N9, consideradas preocupantes pelo poder de transmissibilidade acarretando em casos mais graves da doença. “Mesmo não tendo essa indiana circulando no Piauí, os cuidados necessários para evitar a transmissão do vírus devem ser mantidos. Com isso a Sesapi intensificou as barreiras sanitárias, que orientam a população, e caso positivo nos testes rápidos, procure um hospital e faça a coleta para a realização do RT/PCR”, alerta Amélia Costa.
A especialista ressalta que é importante seguir com os sequenciamentos, e quanto mais deles forem feitos, mais detalhes se terá sobre o vírus. “Além de poder identificar as mutações, sequenciar esse material permite ter mais conhecimento sobre as rotas de circulação do vírus e assim fazer ações mais efetivas de prevenção”, pontua a coordenadora.