As mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho e ocupam menos cargos gerenciais que os homens no Brasil. É o que aponta o estudo de Estatísticas de Gênero, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado este ano. Segundo os indicadores, as mulheres representam 54,6% da força de trabalho. E quando se fala em cargos gerenciais, esse número cai para 37,4%.

Na contramão destes dados, no setor de infraestrutura, especialmente na área de telecomunicações, muitas executivas vêm se destacando, uma consequência de iniciativas para mudar a realidade das empresas, incentivando a contratação de mais mulheres.

Alguns setores das empresas responsáveis pela implantação do Projeto Piauí Conectado são gerenciados por mulheres que possuem uma história de sucesso. Selma Santos iniciou sua trajetória há 22 anos. Após oito meses, começou a ocupar o cargo de supervisora departamental. Ao longo do tempo, ela percorreu vários setores, atuando na área de gestão de pessoas e de processos a serem desenvolvidos. “Gerir pessoas e processos é o que, de fato, gosto de fazer. Vejo que a liderança feminina é essencial nas organizações, não apenas do mundo corporativo, mas também do contexto geral da sociedade. Temos tanta capacidade quanto o sexo oposto e ainda possuímos diferenciais, como a capacidade de ressignificar os processos administrativos e proporcionarmos mais flexibilidade na integração das equipes. Portanto, basta querer e ter pulso firme”, afirma a gestora.

Pyetra Rosa começou como estagiária no grupo em 2008, onde se apaixonou pelo dinamismo da empresa. Em 2010, veio a primeira oportunidade para se tornar gestora e ela passou a exercer a função de gerente da qualidade. Após 6 anos em São Paulo, em 2021, ela aceitou o desafio de ser transferida para o Piauí, para contribuir com o projeto Piauí Conectado. “Um ramo totalmente diferente do que eu atuava há mais de 10 anos, porém com algo muito parecido, organizar os processos, orientar a equipe, garantir a correta aplicação dos recursos humanos e financeiros da empresa”, explica a gestora.

No Centro de Controle e Operação da Piauí Conectado, cerca 50% dos colaboradores são mulheres. Uma delas é a Carmonildes Santos, bióloga, que começou como consultora na Piauí Conectado, ajudando o projeto no contato com os gestores municipais. Após 8 meses, foi convidada para atuar como gestora de contratos, por conta do seu bom relacionamento com os órgãos. Até então ela só tinha trabalhado na área de meio ambiente, exclusivamente na parte de licenciamento e projetos ambientais. “Foi uma novidade para mim trabalhar na parte administrativa, mas eu gosto. É um desafio porque inclui relacionamento e a questão jurídica. A empresa deu essa oportunidade, mesmo eu não tendo essa experiência na área de gestão de contratos. Espero continuar contribuindo”, conta.

Fomento à igualdade de gênero

Em outubro de 2020, foi assinado entre a Piauí Conectado, por meio da Superintendência de Parcerias e Concessões do Piauí (Suparc), e a Infrawomen, um Protocolo de Intenções, com objetivo de promover ações, em colaboração mútua, que fomentem a inclusão de gênero e apoiem a qualificação e formação profissional de mulheres na empresa.

No termo de cooperação, a Piauí Conectado se comprometeu a dar mais ênfase à igualdade de gênero, por meio do desenvolvimento de projetos. Neste primeiro momento, a concessionária responde ao questionário “Índice de Igualdade de Gênero”, que é um levantamento do cenário atual. Em seguida, a partir dos resultados, a empresa irá pensar e direcionar as ações voltadas para esta demanda.

Para a superintendente de Parcerias e Concessões do Piauí (Suparc), Viviane Moura, o objetivo do convênio vai além da inclusão de gênero. “Nessa perspectiva, não só trabalhar a inclusão de gênero, mas também como podemos, a partir dos desdobramentos das ações que são decorrentes dos projetos de concessões, trabalhar para melhorar a vida de mulheres e meninas. O que estamos tentando fazer hoje, nessa parceria com as concessionárias, é dar oportunidade para mulheres poderem participar ativamente no apoio a ações de estado”, explica Viviane Moura, que também é uma das diretoras da Infrawomen.

A SPE Piauí Conectado tem parceria público-privada com o Governo do Estado, por meio da Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc) e Agência de Tecnologia da Informação (ATI) para modernizar todo o sistema de comunicação digital do Estado.