Em todo o país, o mês de setembro é dedicado à prevenção e conscientização sobre o suicídio. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 12 mil casos de suicídios são registrados todos os anos no Brasil. Os índices crescentes no país, nos últimos anos, acenderam um alerta sobre a importância de falar sobre o assunto. Pensando nisso, a Secretaria de Estado da Justiça, promoveu, durante o mês de setembro, rodas de conversas nas 17 unidades penais do Piauí. Nessa segunda-feira (27), a programação foi finalizada na Penitenciária Feminina de Teresina.

De acordo com a coordenadora de psicologia da Sejus, Emanuelle Leal, falar sobre o tema ainda é um tabu a ser rompido. “A ansiedade e estresse são fatores que, se não tratados corretamente, podem levar à depressão. Estes fatores se potencializam entre os internos neste período, por estarem privados de liberdade e, também, por causa da pandemia. Então, estamos trabalhando por meio de rodas de conversas, a conscientização e a importância de buscar ajuda profissional”, disse.

Na Penitenciária Feminina de Teresina, por exemplo, as reeducandas puderam tirar suas dúvidas com o corpo clínico da unidade penal e, também, com o médico psiquiatra Onias de Sousa, responsável por atender os internos e internas da Grande Teresina.

Ainda segundo a coordenadora de psicologia, além de tirar dúvidas e orientar os reeducandos e reeducandas sobre a importância de cuidar da saúde mental, os internos e internas também recebem atendimento psicológico dentro das unidades penais. “Temos uma equipe composta por psiquiatras, médicos, psicólogos que fazem esse atendimento aos que precisam. Além disso, nós trabalhamos conjuntamente com outros profissionais, como os dentistas, que também podem constatar lesões bucais causadas pela ansiedade. Um exemplo disso é o bruxismo, que é o ato de ranger ou apertar involuntariamente os dentes. Isso é em decorrência do estresse e da ansiedade”, finalizou.