A Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas do Piauí, atendendo solicitação da Central de Inquérito do Tribunal de Justiça do Piauí, reuniu, nesta quinta-feira (21), os representantes das Comunidades Terapêuticas de Teresina, para tratar sobre o Projeto Ressocializar para Não Prender.
O projeto é uma iniciativa do TJ, funciona por intermédio da audiência de custódia e consiste em encaminhar para tratamento em comunidades terapêuticas pessoas que cometeram crimes de menor potencial ofensivo, mas que agiram por efeito de drogas e são dependentes.
As vagas para o tratamento nas Comunidades Terapêuticas são disponibilizadas por meio da Cendrogas.
“Este é um projeto que oferece uma oportunidade, principalmente, àqueles que estão iniciando no mundo do crime, barrando essa situação, levando para as Comunidades Terapêuticas, recuperando essas pessoas e devolvendo para a sociedade. Essas pessoas também, por meio deste projeto, têm a oportunidade de ter uma qualidade de vida”, definiu Cida Santiago, coordenadora geral de Enfrentamento às Drogas do Piauí.
Uma das Comunidades Terapêuticas que, por meio do Termo de Cooperação Técnica assinado ainda em 2017, acolheu as pessoas colocadas em liberdade provisória após a audiência de custódia foi a Casa do Oleiro, presidida pelo pastor José Gouveia.
“Das ações que vi o Estado e o Judiciário desenvolverem nos últimos 10 anos, esta é a que admiro mais. A possibilidade de você ajudar alguém que está sem perspectiva de vida, que é preso 10, 20 vezes durante um mês cometendo delito de pequeno potencial ofensivo apenas para manutenção do seu vício, a possibilidade dessa pessoa ser tratada é extraordinária. Este projeto tem uma visão muito humana”, comentou o pastor.
Em breve será assinado um novo termo, com a ampliação no número de entidades que desenvolvem o tratamento e a quantidade de vagas, é o que garante o coordenador da Central de Inquérito, juiz Valdemir Ferreira.
“Este projeto possibilita que essas pessoas sejam tratadas e não jogadas dentro de um presídio. Assumi recentemente a coordenação da Central de Inquéritos e entendo que ele precisa ter mais forças e também sofrer novas adaptações, alcançar um público maior e trazer mais instrumentos que possibilite a reinserção social”, acrescentou o juiz Valdemir.
O presidente da Federação Nacional de Comunidades Terapêuticas (FENACT), Célio Luiz Barbosa, também participou do encontro e agradeceu ao Governo do Estado pelo apoio dado à Política sobre Drogas, por meio da Cendrogas.
“Para a federação, porque nós trabalhamos em unidade no Piauí, hoje, estamos em todos os territórios do estado com as comunidades terapêuticas e esse projeto vai dar uma visibilidade interna e externa”, frisou Célio Barbosa.