Nesta quarta-feira (27), a Coordenadoria Estadual de Políticas para a Mulheres (CEPM) realizará o Cine Mulher no bairro Santa Maria da Codipi, às 18h, com a exibição do filme Curica, do cineasta Thiago Furtado, e debate sobre o enfrentamento à violência doméstica em alusão ao Dia da Trabalhadora Doméstica.

O filme Curica é uma leitura audiovisual das memórias de cinco mulheres vítimas de trabalho doméstico infantil e/ou trabalho análogo à escravidão em paralelo à história da carta de Esperança Garcia, a primeira advogada do Piauí.

Thiago Furtado é maranhense, comunicador social e jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. É realizador audiovisual independente desde 2014, tendo escrito e dirigido sete roteiros de curtas-metragens de ficção e documentário. É argumentista, roteirista e montador com oito prêmios nacionais na área, incluindo melhor direção.

O Cine Mulher busca através da linguagem do audiovisual refletir a importância da quebra do ciclo de violência e principalmente, criar estratégias de prevenção da violência doméstica.

O Dia da Trabalhadora Doméstica foi criado para homenagear Zita de Lucca, trabalhadora doméstica que morreu no dia 27 de abril em 1272, na Itália, tendo sido declarada padroeira da categoria. O emprego doméstico é regido pela Lei Complementar 150/2015 – além da Reforma Trabalhista de 2017, que também impactou a classe. Apesar de possuírem diversos direitos garantidos por lei, na prática, a realidade desses e dessas profissionais é bem diferente, como ficou ainda mais evidente durante a pandemia de Covid-19.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,5 milhão de postos de trabalho doméstico foram perdidos entre setembro e novembro de 2020. Segundo a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), hoje, o Brasil conta com mais de 7 milhões de trabalhadores nessa área. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que são, em sua maioria, mulheres (93%), negras (63%). Apenas 42% dessas(es) trabalhadoras(es) contribuem para a previdência social e só 32% possuem carteira de trabalho assinada.