O professor Werton Costa, do curso de Geografia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus Clóvis Moura, em Teresina, desenvolveu uma análise de climatologia comparada sobre o mapeamento das oscilações de temperatura durante o B-R-O bró (expressão utilizada em referência às últimas letras dos últimos meses do ano, quando o estado registra as temperaturas mais altas) de 2019. Na pesquisa, foi constatado o aumento da temperatura com relação ao mesmo período desde 2015.

Outro ponto averiguado foi que o Piauí é o estado mais quente do Brasil. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), divulgados em outubro de 2019, comprovam que entre as 20 cidades mais quentes do país, sete estão localizadas em território piauiense.

A análise referente ao B-R-O bró teve com base a Temperatura da Superfície do Mar (TSM). Segundo o professor especialista em climatologia, uma anomalia no Oceano Atlântico impediu a concentração de formação das nuvens de chuva, assim como ampliou a condição de temperatura do continente. A partir do mês de agosto, observou que as manchas de calor, temperatura e radiação tornaram-se mais consistentes no Piauí.

 

Segundo o docente, na academia está sendo objeto de debates as causas do aquecimento global. “Se são provocadas pela ação do homem ou se o aumento é resultante da própria dinâmica da terra”, diz Costa. Ele explica que o aumento de temperatura é uma variável que vem acompanhada da mudança de umidade, precipitação ou chuva, e índice radioativo.

“Por meio de estudos como esse, é possível pensar em políticas públicas para desenvolvimento de novas pesquisas, isso propicia a possibilidade de intervenções que amenizem as condições térmicas. Como por exemplo: criação de ambientes mais salubres e termicamente agradáveis, utilização de materiais que tenham menos índice de radiação infravermelha, além de arborização com espécies nativas”, explica o professor.

A análise de climatologia comparada será apresentada no XXI Congresso Brasileiro de Meteorologia, que será realizado entre os dias 13 e 16 de outubro, assim como no XIV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, nos dias 10 e 14 de novembro, ambos no estado da Paraíba.

O trabalho de análise de climatologia do estado é feito em parceria com dois pesquisadores do Instituto Federal do Piauí (IFPI), das cidades de Piripiri e Angical, Francilio Amorim e Samia Chaves, respectivamente, e a professora da Uespi Suzete Feitosa.

As pesquisas devem ser intensificadas com a inauguração do Laboratório de Geomática da Uespi, no campus Clóvis Moura, em Teresina, neste ano.