A Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), por meio do Programa Viva o Semiárido (PVSA), realizou entre os dias 20 e 22 de janeiro de 2019, no Vale do Itaim e Vale do Guaribas, uma série de visitas aos projetos desenvolvidos no semiárido do Piauí com objetivo de identificar os potenciais dos territórios de aprendizagem dentro dos projetos. O intercâmbio é resultado de uma parceria entre o PVSA e a Procasur, organização internacional especializada no desenvolvimento e disseminação de ferramentas, metodologias e processos de gestão efetiva do conhecimento.
Participaram das visitas o presidente da Procasur, Juan Moreno, a representante da Procasur no Brasil, Mireya Valencia, o superintendente de Desenvolvimento Rural da SAF, Francisco das Chagas Ribeiro e a consultora de cooperativismo e associativismo do Programa Viva o Semiárido, Jeosafira Chaves.
Segundo o superintendente de Desenvolvimento Rural e coordenador do Projeto Viva o Semiárido (PVSA) no Piauí, Francisco das Chagas Ribeiro, os territórios de aprendizagem são mais uma forma de gerar renda para os agricultores piauienses. “Com a aplicação do território de aprendizagem, é possível cobrar para repassar essas experiências. Aqui no Piauí, não temos o hábito cobrar o que foi repassado e o território de aprendizagem nos mostra o contrário: que podemos, sim, compartilhar essas experiências e ainda cobrar uma taxa por isso”, ressaltou.
No primeiro dia de visita, foi realizada uma reunião no município de Picos, com cooperados, parceiros e técnicos para tratar sobre os projetos que estão sendo executados pelas cooperativas e associações. Os técnicos também conheceram as instalações da Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro, a Casa Apis.
Jeosafira Chaves, consultora de cooperativismo e associativismo do Programa Viva o Semiárido, diz que a expectativa é de que a proposta do Vale do Itaim seja desenvolvida com sucesso. “A expectativa é grande e os cooperados estão organizados e mostrando todo seu potencial”, concluiu a consultora.
Dando continuidade à programação, os participantes do intercâmbio visitaram o Núcleo dos Cooperados da Cooperativa de Produtores e Produtoras Rurais da Chapada Vale do Rio Itaim (Coovita), Vale do Itaim, comunidade Mucambo e o Núcleo Cooperados da Data Paulista, na Consolação. Na ocasião, os produtores puderam apresentar criação de animais, pastos e justificaram a necessidade de se tornarem um território de aprendizagem. Em seguida, a equipe participou de uma reunião com cooperados.
O produtor Osivan de Sá Batista frisou que a ação foi muito importante por proporcionar uma troca de experiências. “Eu gostei muito da visita, pois significa desenvolvimento para nossa comunidade e agora esperamos melhorar cada vez mais”, ressaltou.
A representante da Procasur no Brasil, Mireya Valencia, explica que o objetivo maior da atividade, é conhecer o trabalho dos produtores. “Aqui, há um grande grupo de produtores que demonstram que entendem o que fazem e que tem uma capacidade enorme de transmitir esse conhecimento. O que identificamos também é que eles precisam melhorar a organização e sistematização desses conhecimentos para, a partir disso, armazenar, difundir e apresentar para outros agricultores e agricultoras que estejam interessados em aprender”, declarou.
Mireya destacou ainda que um dos pontos fortes dos territórios é a organização. “A capacidade organizativa é importante e essa identidade das associações é bem difícil de encontrar em outros cantos do mundo, por isso, deve ser aproveitado para potencializar isso como território de aprendizagem”, ressaltou.
Na quarta-feira (21), as equipes participaram de visitas e reuniões na sede da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos do Município de Betânia do Piauí (Ascobetânia), que contou com a presença de um grupo de mulheres e jovens do município de Betânia do Piauí e da Comunidade Barro Branco Núcleo Cooperados do Pajeú.
A presidente da Ascobetânia, Francisca Neri Bida, afirmou que a expectativa da associação é tornar o território do Itaim um território de aprendizagem “Nas duas visitas que fizemos hoje, tivemos a oportunidade de ver a questão do manejo de animais, a inclusão de mulheres, a cadeia do mel e como estamos lidando com o semiárido. Pudemos confirmar que manter nossa cabeça aberta para receber novos conhecimentos é uma das maneiras de nos valorizar como professores da agricultura familiar”, avaliou.
Além do Piauí, também serão realizadas visitas técnicas, nos Estados da Bahia e Pará.