Após diagnóstico de câncer cerebral com dois anos de idade, o pequeno Davi Lucas passou a sofrer paralisias que prejudicaram os seus movimentos. Com a ajuda do Programa Espasticidade Infantil do Piauí, maior projeto contínuo de tratamento de crianças com paralisia cerebral do Brasil, o menino retomou os movimentos dos membros inferiores.
“Ele já fez cinco aplicações de botox e agora está indo para a realização da rizotomia. Antes era uma criança saudável, mas infelizmente com o câncer veio a paralisia, e a agora com esse tratamento eu espero que ele possa voltar a dar os primeiros passinhos”, detalha a mãe da criança, Maria de Jesus, moradora da cidade de Cocal dos Alves, que estava no Hospital Infantil Lucídio Portella (Hilp) para mais um dia de atendimento do programa.
O hospital, em um sábado por mês, recebe os pacientes para avaliação, aplicação de toxina botulínica e realizações de cirurgias de rizotomia.
O Programa de Espasticidade Infantil do Piauí é pioneiro no Brasil, tendo o Hospital Infantil Lucídio Portella como centro nacional para esse tratamento. Até o mês de junho de 2023, o programa atendeu 334 crianças. Desse total, 168 foram encaminhados para realização de aplicação de toxina botulínica em centro cirúrgico, 279 para neurofuncional, 296 para avaliações ortopédicas e 140 fizeram rizotomias.
“Aqui contamos com uma equipe multiprofissional que conduz essas crianças focando na questão motora. Nesse hospital tem todo programa que a criança precisa, que vai de avaliação, aplicação de toxina botulínica em centro cirúrgico, tratamento neurocirúrgico por meio de rizotomia dorsal seletiva, avaliação ortopédica + tratamento cirúrgico ortopédicos , avaliação da bacia e da coluna vertebral com RX simultaneamente às avaliações multidisciplinares”, explica o médico neurocirurgião Francisco Alencar, coordenador do programa.
O professor Einstein Carvalho Silva estava há anos buscando tratamentos para o problema de mobilidade do pequeno Felipe Gabriel, de nove anos. Eles são moradores da cidade de João Costa, na região sul do Piauí, e foi por meio do Programa de Espasticidade Infantil do Piauí que o diagnóstico preciso foi estabelecido ao menino.
“Como ele nasceu com sete meses, acabou ficando com esse problema na perna direita. Nós andamos em vários atendimentos, e no Ceir fomos orientados a procurar este programa. Agora o Felipe vai iniciar o tratamento com a aplicação do botox. Eu estou muito contente que ele vai poder ganhar essa mobilidade com esse programa inovador”, relata o genitor.
Secretário acompanha atendimento do projeto
O secretário de Estado da Saúde, Antonio Luiz, esteve, nesse sábado (8), no Hospital Infantil Lucídio Portella, para mais um dia de atendimento do programa e falou sobre a essencialidade dessa ação.
“Esse programa é fantástico e referência no Brasil, no cuidado das crianças, melhorando a parte da espasticidade e também a parte motora, com cirurgia que só tem no Piauí. É sensacional e emocionante saber que nossas crianças têm uma condição de melhoria desse problema que é a paralisia cerebral”, pontuou o gestor.