Alunos do 5° período do curso de Jornalismo com a coordenadora Daiane Rufino

Em cada rua da capital piauiense, é possível encontrar histórias de seus moradores. Foi com a intenção de contar a trajetória dessas pessoas, que 17 alunos do curso de Jornalismo, do campus Poeta Torquato Neto, sob orientação do professor Orlando Berti, escreveram o livro-reportagem “Teresinenses”.

Composto de dez capítulos, com nove reportagens sobre personagens invisibilizados de Teresina, a obra relata os caminhos, superações, além dos sonhos pelo qual marcam a vida de pessoas que raramente são destacadas e retratadas em matérias jornalísticas, mas que possuem grandes histórias a serem contadas.

De acordo com Orlando Berti, o livro faz parte do processo de avaliação utilizado nas disciplinas de Comunicação e Design Jornalístico e também Redação, Produção e Edição Para Mídias Impressas. “O que veremos é um dos livro-reportagens mais completos já escritos por acadêmicos no Piauí. Leremos bons textos, em suas diversas matizes, que buscam descortinar esses personagens e mostrarem, entremeio a seus anonimatos, histórias interessantes, bons exemplos e momentos de pessoas que tentam fazer acontecer”, explica o docente.

Produção do livro-reportagem

Antonio Venancio, aluno do 5° período do curso de Jornalismo, disse que o livro é a porta de entrada para sua carreira acadêmica. “Foi uma experiência extraordinária, um grande aprendizado. Nós pudemos perceber a importância de realizar uma entrevista ‘in loco’, de poder ter contato com o entrevistado e transmitir mais fielmente os sentimentos da pessoa”, ressalta Antonio.

Para o aluno Clayton Gomes, por meio do livro, é possível perceber quão grandioso é o Jornalismo e seu poder de dar voz aos invisibilizados. “Nosso capítulo conta a história do deficiente visual Cleiton Lopes, que atualmente é servidor da Uespi como telefonista e professor de uma associação que atende outros deficientes visuais em Timon (Maranhão). Embora fosse muito jovem, ele teve de passar por várias cirurgias afim de reverter o quadro de Glaucoma, mas não conseguiu. Então, contamos as dificuldades de adaptação, os sonhos e sobre sua vida atual”, aponta.

No livro, Cleiton Lopes fala sobre a importância do Jornalismo ser porta-voz da população em geral: “Eu fico muito agradecido de poder contar minha história. Em pleno século XXI, têm muita gente que não conhece nada sobre a realidade de um cego no Brasil. Agradeço aos estudantes de Jornalismo que me entrevistaram, é com essa ajuda da mídia que podemos alcançar um mundo mais justo”, acrescenta Cleiton Lopes.

Capítulos

Os textos mostram o cotidiano dos personagens, seja na vida profissional ou pessoal. Confira os capítulos da obra e seus respectivos autores:

• “O rosto invisível por trás do enterro” (Antonio Venancio e Andressa de Sousa);

• “O atleta e zelador que até mesmo sem salário dribla as dificuldades” (Francisco Luanderson Rodrigues e Vanessa Ariel);

• “As dificuldades e adaptações por qual passou um cego telefonista e professor” (Arnaldo Alves e Clayton Gomes);

• “José Ferreira Neto: o poeta solitário na multidão” (Ana Laís Silva e Viviane Santos);

• “A sanfona toca notas de superação” (Jonas Carvalho e Liane Cardoso);

• “Sara Alves e a sanfona: o reencontro com um amor de infância” (Priscila Fernandes e Sebastião Pinheiro);

• “De agrônomo a publicitário de sucesso” (Glenda Alves e Paulo Rogério Batista);

• “Pelo skate e pelo amor” (Aline Sousa);

• “Das batalhas nas ruas para os palcos. Como o rap mudou a vida de João Victor” (Daniel Victor Oliveira e Renato Rodrigues).

 

 Cleinton é servidor da Uespi há 12 anos e professor desde 2002 | foto: Clayton Gomes

 

 

Lançamento

Em virtude da pandemia de Covid-19, o lançamento do livro-reportagem será feito de forma online, na próxima sexta-feira (24), às 19h, na plataforma Google Meet. A obra está disponível para download no site da Editora da UESPI.