Esta semana foi concluído o relatório da missão de avaliação do Banco Mundial, realizada pelo Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e Programa de Geração de Emprego e Renda no Meio Rural (Progere). A missão, composta por 12 consultores das diversas áreas, tratou sobre as ações do Progere II e aconteceu de forma remota de 28 de outubro até o dia 6 de novembro.
Francisco das Chagas Ribeiro, superintendente da SAF e coordenador do projeto no Piauí, frisa que com o encerramento da parceria com o banco no próximo mês, como resultado da missão, foi realizado o pedido do Estado para prorrogar por mais um ano o acordo de empréstimo, e para que isso aconteça, “foram traçadas algumas condições para que o banco possa aprovar e o Progere executar as atividades previstas”.
O coordenador do Progere II ressalta que, durante a missão, os participantes tiveram a oportunidade de visitar virtualmente quatro comunidades beneficiadas, que participam de projetos no município de Piracuruca; de beneficiamento de babaçu, das quebradeiras de coco em Esperantina; no assentamento Fortaleza III e os projetos de quintais produtivos dos Jovens de São Luís, em Barras, e do assentamento Espraiado em Demerval Lobão. “Nós estamos apresentando um cronograma regressivo de encerramento dos nossos planos de investimentos produtivo (PIP) e vamos finalizar os seis pilotos até o fim do ano. Faremos um calendário para encerrar os outros planos, tendo como referência os meses de janeiro, março, junho e de dezembro do próximo ano”, disse Ribeiro.
A avaliação da missão foi positiva, mas houve atraso na execução e na implementação dos projetos, decorrentes da pandemia, e elevação do preço no mercado. Além disso, muitas empresas tiveram dificuldades com certidões negativas devido a dificuldades financeiras e não puderam receber recursos.
Em seu depoimento durante a missão, Helena Gomes da Silva, que faz parte do grupo de mulheres, das 25 famílias beneficiadas com o Progere na comunidade Fortaleza III, ressalta as mudanças que chegaram ao local junto com o projeto. “A gente trabalha com azeite, daí torrava no fogo de barro e cozinhava com água, um processo demorado e muito difícil. Com o projeto, melhora muito porque tem uma casa já estabelecida e uma máquina que vai fazer o procedimento, não vamos passar mais de dois a três dias aguardando todo o processo e o óleo sai pronto. Para nós é uma maravilha, além de ser mais prático ainda acredito que nossa renda vai aumentar muito mais”, afirmou.
O consultor Emanuel Baille enumera que, entre as conclusões da missão, foi destacada a necessidade de se estabelecer um cronograma de conclusão dos Planos de Investimento Produtivo (PIP), que incluem prazos para a conclusão e implementação dos projetos, encerramento dos seis pilotos até o fim de 2020 e conclusão e elaboração de outros projetos de inclusão produtiva, cinco em fase de conclusão e elaboração, até dezembro de 2021.
Segundo o consultor, a missão reconhece as dificuldades do momento para a realização das atividades. “Este último ano do acordo é fundamental manter este cronograma e concluir este programa. Sabemos que com pandemia se torna mais complexa a realização destas aquisições devido ao aumento de preços bastante significativos e de difícil acesso no caso de alguns insumos. Uma das propostas é que se utilize os recursos de rendimento disponível nas contas de algumas associações para financiar esse aumento de preço, que se amplie a área de levantamento de aumento de preço, para que se multiplique o número de propostas de comerciantes e que sejam realizados intercâmbios para troca de boas práticas entre algumas associações para que possam continuar comprando”, afirmou Baille.
Outra alternativa citada seria juntar várias associações do mesmo território que compram o mesmo insumo, aumentar o poder de barganha e viabilizar a compra, já que não existe previsão para o equilíbrio da economia. Por conta destas dificuldades que atrasaram o processo, a possibilidade de abrir novo edital e algumas cartas-consulta será reavaliada até o fim de 2021.
O Progere II atua nos territórios Entre Rios, Cocais e Carnaubais. Dos 68 municípios dos territórios, 32 são atendidos, com investimento do Estado/Bird de R$ 7.180.419,69. Destes, R$ 4.244.532,58 estão com recursos liberados e o restante em trâmite de regularização documental para ser liberado. São atendidas pelo Progere II 961 famílias rurais, sendo 662 mulheres, e 211 jovens beneficiados diretos no apoio à produção e geração de renda. Há ainda 46 comunidades rurais e destas, duas comunidades indígenas e duas comunidades quilombolas.
Leonardo Victor Sabino da Silva, consultor de cadeias produtivas do Território Entre Rios, destaca a importância do público beneficiário do projeto: os jovens, mulheres chefes de família, agricultores/as familiares e as empresas que acompanham o projeto no território. Os arranjos produtivos, no qual atua o Progere II, são cajucultura, ovino, apicultura, mandiocultura e quintais produtivos.