O Memorial 24 de Janeiro, administrado pelo Campus da Universidade Estadual do Piauí, em Oeiras, foi parceiro do evento promovido pelo Instituto Barros de Ensino (Ibens), nessa terça-feira (19), sobre o Dia do Piauí: refletindo sobre a data.

Alunos do Instituto Barros de Ensino (Ibens) durante as atividades no Memorial

A abertura do evento contou com a palestra “Romance Malhadinha de José Expedito Rego”, proferida pela professora do curso de Letras Português do campus de Oeiras, Elimar Barbosa de Barros.

Participaram das atividades os estudantes do ensino fundamental e médio, onde puderam acompanhar de perto toda a exposição na cidade, que é titulada “Sertão, tradição e fé”, do artista oeirense Doutor Olavo Braz.

Diretora do Instituto Barros de Ensino (Ibens), Socorro Barros

O evento contou com o hasteamento das bandeiras no Memorial 24 de Janeiro.  Nas apresentações culturais, o artista Alexandre Augusto, da Orquestra Bandolins, deixou sua contribuição com uma releitura dos hinos do Brasil e Piauí. Os estudantes fizeram uma apresentação titulada: “Uma aula sobre a História do Piauí” e exposição de cartas, poesias e prosas.

Hasteamento das bandeiras

Para os oeirenses, o dia do Piauí é importante historicamente pela cidade ser a primeira capital. A professora Tátilla Inêz, professora do Ibens e organizadora do evento, afirmou que o momento serviu para refletir sobre o papel do povo piauiense na consolidação da independência do Brasil e, principalmente, mostrar para os alunos a importância de trabalhar com essa data.

 

Professora Elimar Barbosa de Barros, do curso de Letras Português da Uespi

“É um momento de fortalecimento da nossa identidade e cultura, a nossa escola tem trabalhado muito no sentido de resgatar e valorizar os aspectos da história e da cultura do Piauí para levar às novas gerações o mesmo sentimento de pertencimento que havia desde o Visconde da Parnaíba até os heróis do Jenipapo”, explica.

O artista Alexandre Augusto da Orquestra Bandolins

Experiências em sala de aula

Durante o mês de setembro, a escola já vinha trabalhando com a temática envolvendo o Piauí. No mesmo mês, a professora de História do Piauí, Francisca Shayane, desenvolveu um trabalho de leitura e análise da obra “Malhadinha”, com os alunos do ensino médio.

Na disciplina de História, especialmente com a turma da 2ª série do ensino médio, a professora Tátilla Inêz trabalhou a independência, que se desdobrou em uma apresentação envolvendo os hinos nacional e do Piauí, com um texto produzido pelo aluno Caio Arthur, no qual mostra uma releitura crítica no contexto atual.

Texto do aluno Caio Arthur (Aluno do 2º ano do ensino médio do Ibens) 

As margens vermelhas, antes plácidas e límpidas, tornaram-se negras pela ganância do homem.

Antes, podia-se ouvir fortes gritos de heróis do passado; hoje não há nada, senão a balbúrdia da cidade.

E nossa tocha guia, que paira sobre nós, lança-nos diariamente sua fúria, que há de piorar, por conta de nossa própria cobiça.

Ó liberdade, tu que fora conquistada com sangue, servira apenas como ilusão, nesse grande devaneio feito por loucos e para loucos, somente a verdade poderá vos libertar da ignorância e enxergar as correntes que nos prendem e nos obrigam a viver na miséria sem a igualdade que nos fora prometida.

Ó pátria amada, idolatrada, que de ódio e racismo se ergue, Nossas antes gigantes e esbeltas matas, agora não passam de campos de criação de gado, este que para na mesa do patrão, aumenta a riqueza do corrupto e piora ainda mais o estado do cidadão.

Terra adorada, por estrangeiros, que aproveitam a moeda barata para comprar quase tudo no Brasil.

A economia pode até crescer, mas só aumenta no bolso do rico, porque o pobre nem bolso tem.

Ó Pátria amada, nessa terra o único traço de igualdade que tem é a morte de teus filhos.

Senhora Pindorama, sentimos muito por vosso sofrimento, mas não há planejamento de voltar atrás, vosso povo sofre e nada faz, só na revolução é que há esperança.

“Espera o Brasil que todos cumprais com vosso dever”.

Busquem se informar de seus direitos e façam questão que eles sejam cumpridos, porque como diz Emicida: “Tudo, tudo que nós tem é nós”