A Cooperativa de Desenvolvimento Rural do Vale do Rio Piracuruca (Codevarpi), com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e do Programa de Geração de Emprego e Renda (Progere II), realizou, na última quarta-feira (6), a primeira coleta de apitoxina da Unidade Produtiva de Piracuruca. A apitoxina é o veneno encontrado no ferrão das abelhas e que tem uma forte demanda do mercado farmacêutico e de cosméticos. O veneno continua ativo mesmo após ser retirado, e segundo pesquisas possui propriedades terapêuticas e curativas, como anti-inflamatório e analgésica.
A Cooperativa atua em 15 municípios, destes, seis foram beneficiados pelo Progere com a construção do laboratório e a compra de equipamentos para coletar a apitoxina. Um total de 24 famílias estão envolvidas diretamente com o projeto, que contempla inicialmente os municípios de Batalha, Piracuruca, Brasileira, Pedro II, Milton Brandão e Domingos Mourão.
Segundo a diretora do Progere II, Janaína Mendes, uma equipe especializada, formada por técnicos e apicultores participaram desta primeira experiência. O objetivo principal da atividade foi testar os equipamentos adquiridos pelo projeto e todo o processo nos apiários, que ficam próximos a Fazenda Nova, em Piracuruca. A apitoxina é extraída da glândula de veneno da abelha, que continua ativo mesmo após ser retirado e, segundo pesquisas, possui propriedades terapêuticas e curativas, anti-inflamatórias e atua no sistema circulatório.
O superintendente do Desenvolvimento Rural, Francisco das Chagas Ribeiro, ressalta que a coleta realizada esta semana é um marco na história da apicultura não só do estado do Piauí, mas do Brasil, já que poucos lugares têm a produção e a comercialização de apicultura totalmente legalizada. “O Progere, através da SAF e com apoio do Banco Mundial, está legalizando esta unidade de extração de apitoxina, um dos projetos pilotos do Programa, que vai abrir a possibilidade de exportar esta matéria prima para a produção de remédios para as principais industrias farmacêuticas do mundo, que estão concentradas principalmente nos EUA e na Alemanha”, declarou.
O gestor frisa que a unidade de processamento fica localizada próxima à unidade do mel fato importante, uma vez que a apitoxina tem um valor agregado muito maior do que o mel. “É um total de cem ou mais vezes superior ao valor do mel. Isso coloca os apicultores e apicultoras do Piauí na vanguarda deste processo da diversificação da produção vinda das abelhas. Sem contar que a apitoxina pode ser produzida no verão, período e em que não é possível produzir o mel. Então, os apicultores podem manter os enxames fortes, de preferência com alimentação natural, com resto de mel e o que sobrou de outros alimentos das abelhas e assim produzir mel no período chuvoso, uma grande estratégia”, afirma Francisco das Chagas Ribeiro.
O presidente da Codevarpi, Saturnino Medes, considera o projeto como de grande importância para o apicultor que deixa de ser temporário e passa a trabalhar o ano inteiro. “Como a apitoxina tem rentabilidade para manter os enxames fortes, vamos passar a ser grandes produtores de enxames. Com este viés da apitoxina, temos a chance de ser fornecedores num futuro bem próximo”, concluiu.
