Em dois dias de intensa agenda, a comitiva do Consórcio Nordeste encerrou as atividades na França. Foram visitas ao Ministério da Economia e Finanças, Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Transição Ecológica e Solidária, empresas privadas, Unesco e a Rede de Associações de Empresas do Turismo.
Em todos os encontros, o grande destaque da gestão francesa foi a preocupação com a sustentabilidade de todas as atividades desenvolvidas no país. Segundo Rejane Tavares, superintendente de Planejamento Estratégico e Territorial da Seplan, os profissionais franceses assumem compromissos com as questões ambientais e, mesmo em atitudes cotidianas, é possível observar o nível de consciência com a utilização dos recursos naturais.
De acordo com a superintendente, outro aspecto marcante foi a abordagem territorial, também presente em todos os projetos, orientando a atuação dos órgãos locais. “A essência dessa abordagem territorial está na estratégia de envolvimento do setor privado e a relação com a sociedade. Esses atores compõem todas as instâncias de gestão coletiva implantadas nos territórios”, explicou Rejane.
O Projeto Território Comum valoriza o patrimônio local, se articula com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e busca a construção de cidades inclusivas e a participação cidadã.
Outro conceito importante na territorialização da França é a concepção de cidade adaptável, visando à adequação das propostas às condições geográficas dos territórios, considerando o desenvolvimento sustentável. Além de analisar as características sociais locais, a concepção de cidade adaptável busca a superação dos problemas práticos de mobilidade e urbanismo.
Rejane Tavares destacou a cidade sustentável como resiliente, verde e econômica em recursos ambientais. “Ela aposta na reciclagem e se baseia numa lógica de economia circular, envolvendo todas as dinâmicas produtivas do território. Já a percepção de cidade inteligente prevê um processo integrado de tecnologias inovadoras para o benefício da população dos territórios”, concluiu a superintendente.
A França ofereceu ao Piauí um arcabouço prático e teórico que poderá favorecer o fortalecimento da abordagem territorial em curso e permitirá a capacitação dos técnicos do estado, avançando ainda mais no modelo inovador que vem se consolidando no Piauí desde 2007, quando foi criada a Lei do Planejamento Participativo.