A Coordenadoria Estadual de Políticas para as mulheres (CEPM) realizou a Corrida Contra o Feminicídio, na ponte Estaiada. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Militar do Piauí, Fundação dos Esportes (Fundespi), Águas de Teresina, movimentos sociais e clubes de Corrida Feminino (F3 assessoria, 4mov, Therunners, Zona3 e Caçadores de Trilhas). Participaram da ação 100 atletas e mulheres da sociedade civil, fazendo um trajeto de 2 kM, 4Km, na Av. Raul Lopes.

Durante a ação foi realizada a roda de acolhimento e divulgação das informações sobre a Lei Maria da Penha, que apresentou também a forma de acesso à Rede de Atendimento às Mulheres em situação de Violência Doméstica.
A corrida encerra a programação da semana de atividades da campanha “Ei, mermã, no enfrentamento ao feminicídio!”, que realizou diálogos com a sociedade sobre o papel dos Centros de Referência na Prevenção ao Feminicídio, abordou os temas Ciclo de Violência e Feminicídio, Judiciário e Diagnósticos de Feminicídio.
A coordenadora Estadual de Políticas para as Mulheres, Zenaide Lustosa, participou da corrida e destacou a importância do evento sob vários sentidos e um deles é chegar à reta final sem mais violência contra a mulher.

“Somos uma  sociedade ainda patriarcal que mata as mulheres, e hoje a sociedade e o estado estão juntos nessa caminhada para contribuir no enfrentamento à violência doméstica. Não podemos silenciar diante da violência doméstica. A campanha  Ei, mermã, no enfrentamento à violência é importante nesse mês do Dia Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio para mostrar à sociedade a importância de combater a violência”, disse.

A delegada de Polícia Civil e diretora do Departamento Estadual de Proteção à  Mulher, Bruna Fontenelem, destacou que a corrida foi um momento de conscientização. Para ela, o feminicídio não pode ser algo comum e nem tolerado. “A cada dia precisamos de mais pessoas comprometidas no enfrentamento à violência contra a mulher. Essa causa é muito importante e esse é um momento de integração da  Segurança do Estado, Coordenadoria da mulher e sociedade para fortalecer as mulheres e enfrentar a violência”, disse.

A professora e ultramaratonista Socorro Alencar, que participou de corridas como Ultradesafio Delta do Parnaíba (50km), Ultradesafio Sete Cidades (53 km), Desafio Lira Ecoparque,  Meia Maratona do RJ e  BR 135, destacou que participar desse momento é um privilégio, pois as mulheres podem unir forças no enfrentamento à violência. Precisamos falar de feminicídio, de violência doméstica e pensar juntas em maneiras de enfrentamento a essas situações e denunciar os agressores. O esporte traz dignidade e essa corrida é mais um momento de integração das mulheres que buscam diginidade e direito à vida com segurança.

A psicóloga Rejane Mendes faz parte do coletivo Mulheres Generosa – Rede de Apoio Mulheres do Campo, em Palmeiras, participou da corrida representando as mulheres do município e destacou que o esporte é o começo de uma nova vida. “Nós, mulheres, precisamos estar fortalecidas e trocando informações de enfrentamento à violência para que ninguém silencie diante de alguma violência. O ciclo de violência, muitas vezes, não é percebido e nosso coletivo tenta, todos os dias, dar assistência jurídica e psicológica para encorajar essas mulheres a fazer parte da rede de proteção”.

Durante o evento da corrida foi comemorado o aniversário da corredora Luciana Saraiva. “Acredito que temos várias maneiras de chamar atenção e essa é a maneira que encontramos de, juntas, corrermos contra o feminicídio. Comemorar o aniversário na corrida é uma forma de dizer basta de feminicído e violência doméstica”.
A Coordenadoria da Mulher visa através do esporte ampliar a divulgação da Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica, que as mulheres não silenciem diante de qualquer tipo de violência e tenham coragem de romper o ciclo da violência.