A Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE-PI) está aderindo ao Projeto “Esperançar – vidas negras importam/mulheres negras precisam ser escutadas”, desenvolvido pelo Instituto Esperança Garcia com o objetivo de dar visibilidade à produção intelectual de mulheres negras. Será desenvolvida campanha junto à equipe da Defensoria, estimulando a aquisição dessas obras e buscando arrecadar 200 livros, que serão doados à Biblioteca Estação Nova Cultura, localizada na região do Itararé, onde foi desenvolvido o Projeto Defensoras Populares, que capacitou 26 lideranças femininas que se tornaram agentes multiplicadoras de educação em direitos junto às suas comunidades, atuando no empoderamento de mulheres e no combate à violência de gênero.

Os detalhes da campanha foram definidos em reunião na Defensoria Pública, da qual participaram a subdefensora pública geral, Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior, a presidenta do Instituto Esperança Garcia, professora Andreia Marreiro, e a diretora das Defensorias Regionais, Karla Araújo de Andrade Leite.

O projeto consiste na indicação nas redes sociais da Defensoria, de 15 autoras negras e 15 obras escritas por essas mulheres, o que será feito por meio de vídeos com a professora Andreia Marreiro. “Nosso desejo é estimular que as pessoas da Defensoria adquiram esses livros, troquem em amigo oculto, comprem e possam ler essas autoras, para que a gente tenha uma possibilidade de, escutando mulheres negras, pensar em outros modos de vida e de como é necessário fazer a escuta dessas autoras para enfrentar essas estruturas que desumanizam, especialmente mulheres negras, nessa encruzilhada do racismo e sexismo. Desejamos criar um acervo de 15 vídeos institucionais sobre as produções intelectuais de mulheres negras, engajar a equipe da Defensoria nessa campanha e, em março de 2020, realizaremos um evento para partilha dessa experiência, oportunidade em que convidaremos as pessoas a doarem os livros para a biblioteca”, diz a presidente do Instituo Esperança Garcia.

Andreia Marreiro discorreu ainda sobre a integração com a Defensoria. “Estamos cheias de esperança nessa campanha com a Defensoria Pública, porque acreditamos que estimular a leitura de autoras negras entre a equipe da Defensoria certamente vai fortalecer a atuação da instituição na promoção da educação em direitos e, especialmente, fortalecer o processo de educação em direitos humanos no enfrentamento da violência de gênero, raça e classe, no estado do Piauí”, declara a professora.

Carla Yáscar Belchior diz que a experiência certamente resultará em ganhos para a Defensoria e para a Biblioteca Estação Nova Cultura. “Integrar esse Projeto Esperançar – vidas negras importam/mulheres negras precisam ser escutadas”, estimulando a leitura de obras produzidas por mulheres negras é algo que nos engrandece como instituição, porque estimula que possamos nos capacitar ainda mais sobre a realidade vivenciada por essas mulheres pela ótica delas, o que é um diferencial nos conceitos que normalmente aprendemos em relação ao racismo e sexismo. Quanto à doação à Biblioteca Estação Nova Cultura, também representa um enriquecimento ao acervo que estão montando e irá oportunizar que as pessoas que utilizam o espaço possam ser informadas corretamente sobre as lutas e o empoderamento das mulheres negras, que ainda hoje são muito mais vítimas da intolerância em todos os campos que as mulheres brancas. Creio que esse é um projeto no qual ganham todos os envolvidos”, afirma a subdefensora pública geral.

Defensoras Carla Yáscar Belchior e Karla Andrade ladeiam a professora Andreia Marreiro