Com mais de 386 visualizações a live “Bem Leve”, sobre Comunicação Não-Violenta, realizada pela Escola Superior da Defensoria Pública na última segunda-feira (27), no Instagram @defensoriapiaui, teve seu tempo estendido a pedido do público participante. A live foi conduzida pelos defensores públicos Gerson Henrique Silva Sousa e Alynne Patrício de Almeida Santos, respectivamente coordenador e defensora auxiliar do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (NUSCC) da Defensoria Pública.
Gerson Henrique Sousa e Alynne Patrício destacaram o fato de que a Comunicação Não-Violenta é sempre importante em qualquer ocasião, mas especialmente nesse momento de isolamento social causado pelo risco de contágio pelo novo coronavírus. Os defensores ressaltaram que a intenção da live foi “plantar uma semente” para que, por conta própria, as pessoas participantes da live pudessem se inteirar mais sobre essa forma de comunicação, colocando em prática seus componentes.
Gerson Henrique Sousa destacou que a pessoa responsável por sistematizar a Comunicação Não-Violenta foi o psicólogo Marshall Rosenberg , que desenvolveu esse estudo entre meados da década de 60/70 nos Estados Unidos, época da segregação racial, sendo ele mesmo uma vítima da violência que imperava naquele país. O defensor Público explicou que na verdade essa forma de comunicação “é uma habilidade que precisa ser praticada para melhorar. A intenção é que não haja uma delimitação, um limite para o que você quer definir como Comunicação Não-Violenta, mas sim que englobe tudo aquilo que não é mau. Trata-se de uma abordagem da mediação, fundada em valores como o amor e a empatia, tendo por objetivo estabelecer uma cultura de paz”.
Os defensores públicos esclareceram ainda que a Comunicação Não-Violenta não pretende acabar com a existência dos conflitos, que são inevitáveis em uma sociedade plural, mas sim fazer compreender que esses conflitos não precisam ser destrutivos e que as pessoas que passam por eles podem usá-los para se transformarem para melhor. “É uma habilidade que para ser aprendida precisa ser praticada. A ênfase consiste não em críticas, mas na expressão de sentimentos e necessidades”, disse Gerson Henrique Sousa.
Alynne Patrício destacou que “em um mundo multiportas, a comunicação se dá de várias maneiras, não apenas verbal, por redes sociais, celular, whatsApp, entre outros e existem ruídos de comunicação. As pessoas que entendem uma situação por meio de uma foto e em vez de buscar diálogo já vão para o ataque. O princípio básico é primeiramente observar, ter empatia, analisar, para depois partir para a comunicação assertiva, que vai traçar pilares para o diálogo entre as partes”, disse.
Alynne Patrício considerou a live produtiva. “Foi excelente a participação, tanto que pediram a prorrogação do tema, então, a gente realmente percebe que nesses tempos difíceis de pandemia as pessoas estão sentindo a necessidade de estabelecer melhores canais de comunicação, como a Comunicação Não-Violenta, de utilizar técnicas de mediação, conciliação e solução extrajudicial e consensual de conflitos. Teve muita participação do público e estamos muito felizes por termos divulgado o trabalho do nosso NUSCC, nosso Núcleo de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania”.
Gerson Henrique Sousa também manifestou sua satisfação com o resultado alcançado. “A live foi muito proveitosa e com intensa participação dos espectadores. O tema da Comunicação Não-Violenta veio bem a calhar com o momento de isolamento em que vivemos, pois o confinamento faz os ânimos se exaltarem e aumenta a tensão. É um campo fértil para praticarmos a comunicação empática. A receptividade do público mostra que a comunicação não violenta é de interesse de todos, pois é de interesse geral o aprimoramento dos relacionamentos. Fiquei muito feliz, porque todos se interessaram pelo tema”.
Para a diretoria da Esdepi, defensora pública Andrea Melo de Carvalho, o resultado da live de segunda-feira reflete a necessidade que as pessoas têm atualmente na abordagem de temas que atendam as expectativas do momento. “Precisamos trazer para nossos assistidos como objetivo durante essa pandemia, entre outros temas, técnicas viáveis para melhorar a comunicação em casa (entre o casal; entre estes e os filhos; entre outros familiares); no trabalho (entre empregados e empregadores; entre colegas de trabalho); nas escolas (entre pais e professores; entre professores e alunos; entre pais de alunos); nos grupos de WhatsApp etc. Uma vez que esse objetivo é alcançado, o isolamento social e o medo da doença fica mais fácil de suportar”.