A desigualdade social com base no racismo foi tema da 5ª edição da Sexta Programada, evento promovido pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) através da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais e Planejamento Participativo (CEPRO). Na manhã desta sexta, 21, gestores públicos, estudantes e pesquisadores assistiram às palestras do evento, que também foi transmitido online pelo canal no Youtube do Governo do Estado.
A mesa reuniu Lara Danuta, gerente de Estudos Sociais da CEPRO, Assunção Aguiar, superintendente de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários (SASC) e, como convidada externa, Elaine Nascimento, coordenadora adjunta da Fiocruz Piauí e docente do Programa de Políticas da UFPI. A diretora de Planejamento Estratégico Participativo da Seplan, Débora Ferraz, fez a mediação.
“A desigualdade é mundialmente gritante e o debate serve para a gente discutir os porquês”, disse a ex-governadora e atual Secretária da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos, Regina Sousa, que fez uma fala de abertura do evento. Regina relatou a experiência de projetos desenvolvidos com mulheres quilombolas do Piauí, como na comunidade Mimbó. “A gente quer dar autonomia econômica para essas mulheres”, assegurou.
Considerando o racismo como um tema transversal na sociedade, Lara Danuta apresentou indicadores de desigualdade racial no Brasil no que diz respeito à educação, violência e emprego e renda. “Transformar esses dados em informação é o primeiro passo para a construção de políticas públicas implicadas em diminuir as desigualdades”, disse a jovem que é também mestranda na UFPI.
“Esse é um tema importantíssimo, sobretudo, para a administração pública”, disse Assunção Aguiar. “É um momento oportuno para discutirmos o racismo, a desigualdade social e as políticas públicas com um público essencialmente formado por servidores”, destacou a convidada.
Encerrando os trabalhos, a professora Elaine Nascimento trouxe a leitura do poema “Fala, preta”, de Tatiana Nascimento. Elaine refletiu sobre o atual período de transpandemia, marcado pelas consequências da crise de saúde mundial que intensificou as desigualdades sociais. “Durante os anos de pandemia, a gestão em vigor não teve nenhum compromisso com as mulheres negras, periféricas e indígenas”, destacou ela que, através da Fiocruz, apoiou projetos com mulheres negras mobilizadas para amenizar os impactos da crise sanitária. “Foi um momento bonito de solidariedade coletiva em tempos muito crueis”, observou.
A Sexta Programada é um evento fixo no calendário da Seplan e acontece sempre na última sexta-feira do mês. Temas importantes para o desenvolvimento do estado são debatidos com especialistas convidados em um encontro aberto ao público e transmitido on-line.
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Fotos: Juliana Andrade e Máyra Vasconcelos