A Defensoria Pública do Estado do Piauí, através da 1ª Defensoria Pública de Categoria Especial, que tem como titular o defensor público Nelson Nery Costa, expediu uma recomendação para que a Fundação Municipal de Saúde (FMS), cumpra o que estabelece o Protocolo Nacional de Vacinação, que prevê a imunização de estudantes de medicina em regime de internato nos hospitais públicos e privados, medida, contudo, ainda não adotada em Teresina.
O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 divulgado pelo Governo Federal estabelece a inclusão dos estudantes de medicina em regime de internato como grupo prioritário. “A vacina também será ofertada para acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde em estágio hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios”, diz o documento.
Ao justificar a Recomendação, o defensor público argumenta que a exposição dos estudantes em regime de internato pode se tornar um foco de disseminação da contaminação da Covid-19, ao levar o vírus para as suas residências e expor seus familiares e destes para outros mais. “Os estudantes de medicina no quinto e no sexto ano passam a trabalhar nos hospitais realizando um roteiro de áreas e disciplinas, como pediatria, ginecologia, obstetrícia, UPA, emergência, cirurgia e outras. Mesmo não atuando na linha de frente do combate à Covid-19, acabam se expondo ao vírus, quando trabalham em hospitais que têm uma ala específica para tal caso, por exemplo”, ressalta Nelson Nery Costa.
Nesse sentido, o defensor público se reuniu na última sexta-feira (19) com o secretário de Estado da Saúde do Piauí, Florentino Veras Neto, para discutir a inclusão dos estudantes em regime de internato como sujeitos à vacinação dos profissionais de saúde. A partir do encontro, o secretário de Saúde encaminhou o pedido às autoridades dos comitês de vacinação municipais, que são os responsáveis para implementar a mudança e o reconhecimento da necessidade de serem incluídas essas pessoas como grupo de risco, o que torna necessária sua imunização.
Sobre o assunto, a Fundação Municipal de Saúde justifica que segue o protocolo de vacinação estabelecido pelo Ministério da Saúde para as vacinas que são encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde. O órgão destaca que até o momento não foram enviadas doses específicas para o grupo citado. De acordo ainda com a Fundação Municipal de Saúde, 62.732 doses de vacinas contra a Covid-19 já foram aplicadas na capital, desse total, 25.788 foram destinadas aos profissionais da área da saúde.