A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) lança, nesta sexta-feira (29), a segunda edição do Centelha, programa que visa estimular a criação de empresas inovadoras e disseminar a cultura empreendedora no Piauí. A iniciativa libera recursos não reembolsáveis e oferece capacitações e suporte para transformar ideias em negócios.

Ao todo, serão investidos R$ 5,2 milhões para 61 ideias inovadoras no Piauí, sendo que cada projeto de empresa receberá R$ 53 mil para investir e cada futuro empreendedor terá direito a uma bolsa de até R$ 26 mil durante 12 meses, que é o período de execução do programa. Ao todo, o Centelha arcará com 95% do investimento, cabendo ao candidato apenas 5% do valor.

O presidente da Fapepi, Antônio Cardoso do Amaral, ressalta que o programa é uma excelente oportunidade para quem quer abrir sua empresa, mas não tem recursos ou crédito. Além disso, o futuro empreendedor não correrá riscos financeiros no seu negócio. “O investimento é quase todo público. Além do dinheiro, capacitação e suporte totalmente por conta do Estado para desenvolver a ideia empreendedora, o empresário ainda receberá uma bolsa para isso. É como se fosse um pró-labore”, explica o presidente.

As inscrições para o Centelha estarão abertas após o lançamento do programa, que acontecerá às 10h, no auditório Santa Dulce, na Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc). Os candidatos poderão acessar o site https://programacentelha.com.br/pI, conferir o edital e fazer a inscrição. Não é obrigatório ter CNPJ para participar do programa. “O candidato só precisará abrir uma empresa caso seja selecionado”, explica Amaral.

A primeira edição do programa foi lançada em 2020. Das 276 ideias empreendedoras inscritas no Piauí, 23 foram selecionadas, sendo que 20 deram continuidade ao projeto e receberam cada uma até R$ 60 mil, além de mentorias e suporte. Várias dessas ideais viraram empresas piauienses gerando emprego e renda.

A empresa Mutiveículos.com, de Picos, uma plataforma on-line que vende carros usados vistoriados, foi uma das participantes da primeira edição do Centelha e já está faturando. Os sócios Felipe Moura e Thiago Bonfim não tinham recursos para levar a ideia adiante, mas após o investimento e capacitação do programa, a empresa está inclusive gerando emprego.

“A ideia estava em andamento, mas se aperfeiçoou por meio do projeto. Além dos recursos, as consultorias nos ajudaram a entender o mercado.  O programa encoraja muito quem quer empreender, visto que 80% dos empresários do Brasil não têm capital para começar o negócio”, afirma Felipe.

Muitas vezes o projeto já está pronto, falta apenas alguém para investir. É o caso de alimentos saudáveis feitos a partir do coco babaçu, derivado de estudos desenvolvidos pela nutricionista Lindalva de Moura Rocha, do Piauí. Ela usou os recursos do Centelha para levar seus produtos ao mercado e assim criou empresa EcoBfit.

“O programa me permitiu captar recursos para comprar insumos e abrir meu próprio negócio. Também fiz bastante mentorias e muito network, que foram necessários para o sucesso da empresa”, afirma Lindalva. A EcoBfit também mantém o dinheiro circulando no Piauí, já que a matéria-prima é local.

A parceria da Fapepi, por meio do Centelha, inclui o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), a Fundação CERTI  e a Sudene.