A 11ª edição do Festival de Teatro Lusófono (FestLuso) foi encerrada neste domingo (28) fortalecendo a integração entre grupos falantes da língua portuguesa e experimentando novos formatos, devido à pandemia de Covid-19. Para os curadores, o evento cumpriu sua missão e já anunciaram que em 2022 vão trazer grupos dos oitos países: Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Portugal.
“Esse elo da lusofonia ficou mais fortalecido, após esse difícil momento pandêmico. O festival cumpre a sua função, ele trouxe para cena questões raciais, as ancestralidades e nos mostrou como produzir nesse tempo de pandemia, de confinamento, isolamento e falta de liberdade. O FestLuso cumpriu a missão de discutir assuntos relevantes”, disse o curador do evento, Francisco Pellé, que agradeceu à equipe do festival e o público presente.
O FestLuso aconteceu de 22 a 28 deste mês e reuniu grupos de países da língua portuguesa, tendo participações de espetáculos de Portugal, Moçambique, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí e Bahia, além de convidados de Pernambuco. O evento teve apresentações culturais, oficinas, exibição de filme, lançamentos de livros, músicas, sarau, poesia e roda de conversa.
Pellé destacou que todos estavam receosos em fazer uma edição em período pandêmico, mas o balanço é bastante positivo, trazendo um formato híbrido e em espaço com público limitado. A ideia é o festival retornar no próximo ano no mês de agosto. Além disso, o público foi receptivo com a exigência nos espetáculos do uso de cartão de vacinação e uso de máscara.
“Era preciso marcar presença e dizer: estamos aqui e vamos continuar. Valeu a pena e vale a pena continuar investindo em eventos que deem visibilidade para a cidade de Teresina, além de integrar artistas, pesquisadores, diretores e pessoas envolvidas na temática dos países falantes da língua portuguesa”.
Língua é poder
Ao participar do projeto “O Poeta e Sua Hora”, a escritora e poeta Cida Pedrosa, ganhadora do prêmio Jabuti 2020, destacou a importância da cultura e do Festival de Teatro Lusófono (FestLuso). “Língua é poder e unir pessoas com a mesma língua, que nem sempre se encontraram para gritar em alto e bom som que a arte é necessária neste momento de pandemia que não puderam viver de sua arte”, disse a escritora, que também é vereadora em Recife pelo PCdoB. Em Teresina, Cida lançou “Solo para Vialejo” que foi escolhido livro do ano no Prêmio Jabuti. Cida Pedrosa destacou a importância de fazer política numa era de Fake News.
“Eu não tenho dúvida que da mesma forma que a arte é absolutamente necessária, a política também é. A existência e o exercício da política é a existência da própria democracia. Não existe democracia sem política e a gente precisa desmistificar isso porque a direita e os fascistas passaram a descredibilizar os políticos e as políticas para poderem fazer seu discurso autoritário”, disse Cida Pedrosa.
O FestLuso 2021 tem patrocínio do Governo do Estado do Piauí / SECULT / SIEC e Equatorial Piauí; apoio República Portuguesa – Cultura e Dg’Artes; produção: Navilouca Produções e realização: Grupo Harém de Teatro