Aconteceu nesta quinta-feira (23), o 1º Fórum Estadual da Cajuína, no Riverside Shopping, em Teresina. O evento faz parte da programação do Festival da Cajuína e das Bebidas Regionais do Piauí, que teve início hoje e vai até sábado (26). O Fórum foi realizado pela Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapi) com o objetivo de levar informações e formalizar mais produtores do setor produtivo da cajucultura, para que eles possam também obter o registro de estabelecimentos e produtos de origem vegetal junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Este evento, o Festival da Cajuína, é de iniciativa de cooperativas, mas nós unimos a ideia da exposição dos produtores à realização de um fórum, que serve para preparação e capacitação daqueles que querem empreender e se regularizar. Nós temos como objetivo, como instituição pública, dar condições àqueles que queiram se certificar. Aqui nós estamos passando todas as informações necessárias e tirando todas as dúvidas. Queremos ter o maior número de agroindústrias produzindo cajuína, e produtos derivados do caju. Nosso estado tem uma grande quantidade de produção de caju, mas infelizmente é desperdiçado porque não temos empreendimentos suficientes certificados“, explicou Fábio Abreu, secretário da Sada.
A cajuína do Piauí é registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro. E para Lenildo Lima, presidente da Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí (Cajuespi), um dos objetivos do evento é fortalecer e valorizar a bebida no estado e fora dele. “Aqui nós queremos fortalecer esse patrimônio cultural brasileiro, que é um patrimônio nosso, a cajuína. Nossa cajuína tem que ser valorizada, assim como todos os produtos derivados do caju. Hoje nós temos mais de 30 mil pessoas trabalhando com o caju no estado do Piauí. Nós juntos, podemos mostrar a força do estado na produção de alimentos. No período da pandemia, aumentou o consumo de cajuína em mais de 30%, então hoje a nossa produção não consegue abastecer o estado. Por isso, com esse evento queremos fortalecer o pequeno produtor para que ele possa produzir mais e com mais qualidade. Estamos aqui contando com o incentivo e o poder do Governo para nos incentivar e assim nos unirmos mais para deixar a cajucultura cada vez mais forte no Piauí“, ressaltou Lenildo.
Um grande impulsionador para alavancar a produção deste produto no estado é a liberação de crédito assistido e orientado para as cooperativas e empreendedores da bebida no Piauí. “Nós temos certeza que existe mercado para cajuína tanto em todo o Brasil, quanto no exterior. Com a tecnologia, essa produção poderá ser alavancada. É necessário crédito, assistência técnica, acesso a mercados, e nós estaremos à disposição para ajudar a fazer essas pontes. Essa união das cooperativas é algo muito importante, que acreditamos muito. Com essa organização básica, a aquisição do selo, nós vamos sim poder avançar com o crédito orientado e assim gerar emprego, e aumentar a renda para todos“, frisou Feliphe Araújo, diretor-presidente da Piauí Fomento.
Em todo o Estado, mais de 3 mil estabelecimentos produzem cajuína, porém, apenas 11 deles conseguiram registro no Ministério da Agricultura e Pecuária, por terem maior estruturação. “Nós queremos fazer mais gente no setor produtivo. Queremos que os 11 certificados se tornem ainda maiores, e os que ainda não possuem a certificação possam adquiri-la. Temos potencial para colocar a cajuína na merenda escolar, e é para isso que estamos correndo atrás. Trouxemos muito conhecimento sobre o processo da importância sanitária e de regulamentação do produto neste fórum“, explicou João Rodrigues, diretor-geral da Adapi.
Ernando Cardoso, gerente de inspeção vegetal da Adapi, abordou no fórum a palestra “Requisitos exigidos para o registro de estabelecimentos e de produtos agroindustriais junto ao Mapa“. Além disso, também participou de uma mesa redonda com outras autoridades, e na oportunidade respondeu às dúvidas de participantes produtores e apaixonados pela bebida, que estavam presentes no evento. “Nós da Adapi estamos pleiteando a adesão de equivalência, ou seja, pegar os serviços do Ministério para o estado executar essa inspeção. Com isso, teremos mais estrutura e vamos estar mais próximos do produtor. Dessa forma, os processos administrativos com relação ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi – POA) serão desenrolados com maior rapidez. Todos irão ganhar”, concluiu o gerente.