O governador Wellington Dias anunciou, nesta quarta-feira (3), as novas medidas que serão adotadas após a publicação de um novo decreto a fim de conter o avanço da Covid-19 no Piauí. As novas medidas que serão válidas a partir desta sexta-feira (5) até o dia 15 de março dizem respeito ao horário limite para circulação de pessoas em vias públicas, passa a ser às 22h. Bares e restaurantes só poderão funcionar até 21h. O comércio segue funcionando até as 17h e os shoppings das 12h às 21h. Eventos sociais, festas e shows permanecem proibidos.
As ações foram anunciadas após reunião com o Comitê de Operações Especiais (COE) Ampliado, que aprovou as últimas recomendações do COE Técnico-Científico. “Será inclusa a limitação de que apenas 30% dos funcionários públicos façam atendimento presencial nas repartições estaduais. O atendimento poderá seguir normalmente de maneira remota. A recomendação é que os demais poderes, além dos municípios, possam também seguir esta medida”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, que participou do encontro. À exceção dessas alterações, foram mantidas as restrições previstas no decreto nº 19.479/2021, visando reduzir o quadro atual de contaminação e ocupação de leitos hospitalares para tratamento da doença.
Um estudo apresentado na reunião, elaborado por professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), mostra que a taxa de mortalidade entre pacientes internados com o coronavírus passa de 55% entre jovens e se aproxima de 100% entre idosos. A conclusão é que a abertura de leitos de internação é essencial para salvar vidas, mas não pode ser a única medida adotada agora. O professor, pesquisador e coordenador do grupo de trabalho da UFPI, Emídio Matos, destacou que, com as taxas atuais, o Piauí pode atingir 31 mortes por dia no mês de maio e acumular mais de 5 mil óbitos até junho.
O governador Wellington Dias ressaltou que a situação atual é preocupante e que o Estado está investindo em reforçar a rede de saúde estadual, mas que a prevenção ainda é a melhor saída, por isso é preciso empenho também por parte da população. “Nosso objetivo com as medidas é reduzir internações até junho, evitar colapso na rede de saúde e, consequentemente, reduzir óbitos. Toda vida salva importa”, destacou o gestor.
As atividades consideradas essenciais seguirão funcionando conforme o decreto anterior. As medidas foram aprovadas por unanimidade. Participaram da reunião, entre outros órgãos, representantes do Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça, OAB, Defensoria Pública, Vigilância Sanitária e PRF. A vice-governadora Regina Sousa e o prefeito de Teresina, Doutor Pessoa, também estavam presentes.
“Precisamos de um conjunto de ações e esforço coletivo. Nos disponibilizamos para buscar juntos as soluções”, declarou a procuradora-geral do Ministério Público, Carmelina Moura.
“Precisamos seguir a ciência. Não adianta preservar empregos e a economia com a população morrendo. Apoiamos o decreto com as recomendações do COE”, afirmou Francisco Moura, membro da CUT.
As novas medidas serão descritas no decreto n.º 14.494 publicado no Diário Oficial.