Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgado no último mês, o Piauí é o estado que mais investiu no fornecimento de energia limpa e com responsabilidade ambiental no Brasil e a tendência é se manter neste patamar. Por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), serão construídas oito miniusinas de energia solar com capacidade de produção de 5MW cada. A previsão é que essas miniusinas entrem em funcionamento até o final de 2021.
“Serão quase 90 mil pessoas residentes nesses municípios que serão impactadas diretamente pela implantação das miniusinas. Os investimentos contribuirão para a economia regional, a partir da geração de empregos diretos e indiretos, tanto na fase de implementação, quanto na operação das atividades”, destaca a superintendente do Programa de PPP Piauí, Viviane Moura.
A miniusina solar fotovoltaica (também chamada de parque solar ou central fotovoltaica) é um sistema de energia do sol projetado para a produção de eletricidade em alta tensão para distribuição. Por possuir uma fonte de energia renovável, a produção das miniusinas ocorre sem queima de combustíveis fósseis – aqueles responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e agravamento do nível de poluição. Estima-se que, em 25 anos, a utilização da energia solar impedirá que mais de 100 toneladas de CO₂ sejam lançadas na atmosfera.
Um dos pontos inovadores das miniusinas no Piauí é que elas utilizarão a tecnologia de tracker. Esse equipamento corrige a angulação dos painéis diversas vezes durante o dia para acompanhar o movimento do sol, fazendo com que a produção de energia seja maximizada. Com isso, a produção de energia é cerca de 30% maior.
A PPP das miniusinas prevê mais de R$ 150 milhões em investimentos e uma redução mensal de 23% nos gastos do Estado com energia para abastecer os órgãos públicos, além de uma economia de mais de R$ 10 milhões por ano no custo com energia elétrica. Ao longo de 25 anos de contrato, essa concessão vai produzir energia para ser injetada na rede da concessionária Equatorial e será implantado um sistema para gerenciar e compensar a energia produzida e a consumida pelos órgãos da administração estadual, tornando-os autossuficientes no abastecimento.
Três empresas são responsáveis pela construção, operação, manutenção e gestão das miniusinas: Consórcio Energia Sustentável, composto por empresas de São Paulo e do Distrito Federal; a empresa goiana Brenge Par Engenharia e Participação; e o Consórcio Gm-Energia, composto por empresas de São Paulo e Pernambuco. As empresas concessionárias ainda deverão implantar, em conjunto com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), o Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis, um espaço de pesquisa, formação técnica e de transformação educacional.
Atualmente a energia solar é a melhor solução para evitar um colapso total na matriz energética. As usinas de energia solar são fáceis e rápidas de serem construídas e a necessidade de manutenção é mínima em comparação com outros tipos como hidrelétricas ou um parque eólico. “A implantação das miniusinas vai impulsionar mais ainda o Piauí como referência nacional em boas práticas ao meio ambiente e pioneiro no aproveitamento da energia proveniente do sol para atender prédios da administração pública”, comenta Viviane Moura.
Piauí sai na frente na produção de energia de forma sustentável
O Piauí é destaque na produção de energias renováveis, especialmente a energia solar e a energia eólica. Segundo a Aneel, o Piauí contabilizará este ano o maior percentual entre todos os estados analisados com uma expansão de 190,35 MW (megawatt) em sua matriz energética. Atrás do Piauí na produção de energia limpa ficam os estados da Bahia com 155 MW e Rio Grande do Norte com 151 MW.
Além disso, a maior usina fotovoltaica do Brasil e da América do Sul foi inaugurada no início de 2020 e está localizada na cidade de São Gonçalo do Gurguéia, no Piauí. Possui uma capacidade de geração de 608 MW, e a tecnologia de placas solares bifaciais que captam luz solar de ambos os lados.