Neste sábado (23), o Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP) dá início a uma nova modalidade de atendimento multidisciplinar, voltado para crianças diagnosticadas com espasticidade associada à Paralisia Cerebral. Intitulado Sem Dor, o projeto prevê a avaliação e aplicação de toxina botulínica com sedação, no centro cirúrgico, e avaliação e acompanhamento ambulatorial por uma equipe composta por: neurocirurgião, ortopedista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e enfermeiros, todos devidamente treinados para o atendimento específico destes pacientes. Em um primeiro momento, o projeto ocorrerá mensalmente e atenderá, no centro cirúrgico, 14 crianças e 22 no ambulatório no mesmo dia.
A espasticidade é uma sequela neurológica, caracterizada por uma rigidez muscular que acomete boa parte do corpo de alguns pacientes que possuem paralisia cerebral, microcefalia, ou crianças com sequelas de traumatismo craniano.
“A sedação é o grande diferencial deste projeto, uma vez que o tratamento ambulatorial, realizado anteriormente na rede pública de saúde, não previa essa ferramenta e, por consequência, resultava em dores e desconfortos às crianças. Vem daí o nome do projeto. A essência é que a gente oferte para as crianças um tratamento com a mesma projeção, mas sem dor. Um tratamento humanizado”, explica o médico neurocirurgião e coordenador do projeto, Francisco Alencar.
O acolhimento acontecerá em dois momentos. Pela manhã, crianças serão levadas ao centro cirúrgico, onde serão avaliadas, sedadas por anestesistas e receberão a aplicação da toxina botulínica.
No turno da tarde, as atividades migram para o Ambulatório Infantil, onde essas crianças serão reavaliadas e todas as orientações de tratamento e reabilitação serão feitas, podendo ou não serem reagendadas para novas sessões. Além disso, novos pacientes também passarão pelo processo de avaliação multidisciplinar, para agendamento de aplicações botulínicas no mês subsequente.
“É um projeto inovador, que amplia, em nosso estado, a capacidade de atendimento ofertado às crianças acometidas por sequelas neurológicas e permitirá um tratamento completo e na sua plenitude, com o Hospital Infantil ofertando todo o ciclo, partindo do diagnóstico, passando pela utilização de toxina botulínica e a realização de rizotomia”, celebra o diretor do HILP, o médico ortopedista, Vinícius Nascimento.
A iniciativa é pioneira e referência em âmbito nacional. A expectativa é de que as aplicações possam ser ampliadas ao longo dos próximos meses, à medida que a demanda for crescendo.
Os pacientes atendidos pelo Projeto Sem Dor são encaminhados por meio da rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS) para o “Ambulatório de Espasticidade Infantil” do Hospital Infantil Lucídio Portella.