Uma ampla reunião com representantes dos trabalhadores em saúde e educação, além de membros da CUT e do Conselho Deliberativo do Iaspi, marcou nesta quarta-feira (29) as negociações para definir um reajuste para o Iaspi Saúde e Plamta este ano. O debate, ampliado agora aos representantes sindicais, vem acontecendo desde janeiro junto aos conselheiros do Iaspi.
A necessidade de reajuste da contribuição do servidor é necessária e inadiável quando se pensa na manutenção do sistema de saúde. O último aumento do Plamta, no valor de 6,5%, foi dado em 2019, bem abaixo do índice recomendado pela ANS (Agência NacionaL de Saúde) que era de 7,35% naquele ano. Para o Iaspi Saúde suplementar, o último aumento foi em 2007.
Desde março, o Conselho do Iaspi, formado por cinco representantes do governo e cinco representantes dos trabalhadores, vem debatendo a necessidade do reajuste. A real necessidade do Instituto mostra a necessidade de um reajuste de 30%.
”Diante da realidade do servidor público e das argumentações dos trabalhadores, em duas reuniões anteriores foram apresentadas propostas de 20% e depois de 18%, que deveriam ter sido votadas hoje na reunião do Conselho. Mas os membros do Conselho pediram para ampliar a discussão e hoje nos reunimos com os presidentes da CUT, do Sindicato dos Servidores da Saúde e do Sindicato dos Servidores em Educação, além da Secretaria de Políticas Sociais para ampliar o leque de discussão”, disse Daniele Aita, diretora-geral do Iaspi.
Para Daniele, o diálogo aberto e franco é essencial e ajuda a reunir propostas para a construção de soluções. “Estamos de portas abertas para receber os servidores e seus representantes pois acreditamos no entendimento, negociação e respeito para avançarmos com pautas que defendem a manutenção dos serviços de saúde e acreditamos que todos entendem a necessidade desse reajuste”, explicou a diretora do Iaspi.
NECESSIDADE- Ao falar sobre o reajuste, Daniele lembrou que o Iaspi tem em suas carteiras 194 mil segurados no Iaspi Saúde e 208 mil no Plamta. É o maior plano de saúde do Estado e oferecer a maior rede de atendimento hospitalar aos segurados. “Temos uma carteira envelhecida, o que costuma demandar mais necessidade de atendimento e mais despesas, devido ao aumento de diagnóstico de doenças crônicas; temos os custos da saúde, sempre crescentes, independente de agregar novas tecnologias, mencionamos também a Covid, que foi uma despesa a mais e sem qualquer receita extra, e temos ainda o crescente número de judicializações e as demandas constantes os prestadores por reajustes em procedimentos, insumos”, enumerou.
Após ouvir a explanação da diretora do Iaspi, o presente da CUT, Paulo Bezerra, agradeceu a oportunidade de negociação e os esclarecimentos, mas pediu mais um prazo para levar a proposta ora em pauta até os trabalhadores e trazer uma contra-proposta. ”Precisamos pensar no servidor e o impacto desse reajuste em sua vida, embora reconheçamos que tudo vem aumentando, inclusive os gastos com saúde. Vamos debater e trazer uma proposta, mas sabemos que sem o plano, que eu reconheço como bom e indispensável, fica bem pior”, disse Bezerra, acrescentando que não é possível colocar em risco a manutenção do sistema de saúde.
A presidente do Sinte-PI (Sindicato dos Trabalhadores em Educação) Paulina Almeida, também se posicionou. “Queremos o plano, o plano é bom, já usei e fui bem atendida, mas não podemos pagar 18% de reajuste. Pedimos mais tempo para dialogar mais e apresentarmos também uma proposta”, reforçou o pedido de Paulo Bezerra.
Geane Sousa, presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindesp), também fez elogios ao serviço prestado pelo Iaspi Saúde/Plamta, ressaltando que quando necessário teve um bom atendimento, reconheceu que o servidor está envelhecendo, precisando cada vez mais de saúde, mas também cobrou mais tempo para discutir a questão do reajuste.
Ao final do encontro, a doutora Daniele Aita reafirmou a necessidade do reajuste, ratificou sua disponibilidade e abertura para a negociação e ouvir as classes em suas reivindicações e propostas, mas foi firme em defender o reajuste no menor tempo possível hábil possível sob o risco de inviabilizar o sistema.
“O plano é um patrimônio do servidor, está no mesmo patamar de planos privados em termos de qualidade de serviços e tem a maior rede credenciada, custando até 70% a menos. O servidor paga em média R$ 90,00 por mês. Se perdermos este plano, poucos terão oportunidade de migrar para um outro que, todos sabem, custa bem mais”, disse Daniele Aita ao reforçar a necessidade de um reajuste e marcando para o próximo dia 03 de abril um novo encontro, já seguido de reunião do Conselho do Iaspi para votação do reajuste.