O Governo do Estado deve abrir até março de 2024, a licitação para execução do projeto intermodal do Piauí, ou seja, a infraestrutura logística que permitirá o transporte de cargas pelos meios hidroviário, ferroviário e portuário do Piauí. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (03) pelo presidente da Companhia Ferroviária e de Logística do Piauí (CFLP), José Augusto Nunes, durante apresentação do projeto a diversos órgãos federais e estaduais.

Quando concluído, o projeto vai apresentar os estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental, de cenários de investimentos e planos de negócios para implantação do sistema porto, hidro e ferroviário do Piauí. O objetivo é exportar produtos pelo Porto de Luís Correia, e daí para o exterior.

Setores como o agronegócio e o minério de ferro seriam os mais beneficiados, já que o transporte hidroviário (pelo Rio Parnaíba) é 25% mais barato.

Augusto Nunes ressaltou que o Rio Parnaíba já foi navegável no passado e o projeto vai apontar os trâmites necessários para que o transporte pelo rio seja novamente viável. “O Rio Parnaíba foi a via de circulação de trânsito do comércio piauiense no século passado. O projeto vai definir a ligação do rio com a transporte ferroviário até o porto de Luís Correia, de forma a permitir ao Piauí escoar sua produção [ao exterior] via marítima”, disse o gestor.

Nos estudos prévios apresentados pelo Consórcio Intermodal do Piauí, há demanda de mercado suficiente que justifique a interligação de transporte de cargas entre hidrovia, ferrovia e portuária. A Bunge Alimentos, por exemplo, atualmente exporta cerca de 100 mil toneladas de farelo de soja, que produz em Uruçuí, por meio de rodovias até o Porto de Sergipe, a 1.200 km de distância. Com o intermodal concluído, a exportação poderia ser feita pelo Porto de Luís Correia, alcançado via hidro e ferrovia.

Tiago Buss, diretor-presidente da EC Consultoria, empresa que integra o Consórcio Intemodal, explicou que os estudos vão apontar a viabilidade em todos os aspectos, inclusive no jurídico, de forma que a licitação possa ser lançada logo em seguida e o projeto, executado.

Buss informou que o intermodal é totalmente viável e trará um grande impacto no desenvolvimento econômico do Piauí. “Apesar de o estudo estar começando agora, a gente já conhece bastante a região. O impacto do sistema intermodal se dá não somente sobre o escoamento dos grãos ou dos minérios do estado, mas de toda a lógica de construção e fortalecimento de uma cadeia industrial e logística para o estado. Então, a geração tanto de emprego quanto de negócios será muito expandida”, disse o diretor, economista com mais de 18 anos de experiência em projetos de transportes.

O diretor de Atração de Investimentos da Superintendência de Desenvolvimento Econômico (SDE), Ulysses Moraes, destacou que a interligação entre os três tipos de transportes no Piauí será um grande avanço para a economia estadual.

“O intermodal representa um salto muito grande. O Piauí vai vencer em termos de desenvolvimento econômico. É um projeto que vai criar uma infraestrutura de logística no nosso estado e viabilizar uma quantidade enorme de investimentos nacionais e internacionais. A gente vai ter um desenvolvimento maior ainda do Cerrado, da região norte do Estado”, afirmou Moraes.

A apresentação aconteceu no Palácio da Cultura e teve a presença de vários órgãos e entidades relacionadas com o projeto, direta ou indiretamente: Secretarias de Transportes, de Administração, de Relações Sociais, de Desenvolvimento Econômico; Investe Piauí, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Universidade Federal do Piauí.