Apesar das adversidades causadas na economia por conta da pandemia da Covid-19, a balança comercial do Piauí se manteve positiva em 2021. É o que mostra o levantamento feito pelo Ministério da Economia. De acordo com o estudo, neste ano, o estado se destacou por se tornar o maior exportador de mel do país, concentrando cerca de 30% de todo o mel que foi exportado pelo Brasil no primeiro semestre.

Os números confirmados pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico mostram que a exportação de mel no primeiro semestre do ano já superou a produção do ano de 2020, totalizando US$ 34,5 milhões, cerca de 7,6% de participação em toda a exportação do Piauí neste ano, ficando atrás apenas da soja.

Diferente do esperado, a cidade destaque neste recorde não foi Picos, já consolidada como uma das maiores exportadoras do produto no estado, mas a primeira capital do Piauí, Oeiras. A Capital da Fé é berço de um dos maiores grupos de mel do país, ocupando o quinto lugar no ranking de maior exportadora do estado. O grupo Sama tem 28 anos de atuação e se tornou a maior exportadora de mel do Brasil em 2021. Além de uma linha produtiva diferenciada, a empresa investe em tecnologias que fazem a produção ser mais rápida e eficiente, desde máquinas a laboratórios localizados na Samel, empresa sede que fica em Oeiras. Também é composto pelas empresas S & A Honey, Buriti Honey e Lamberhoney que contam com a mesma estrutura.

O secretário do Desenvolvimento Econômico, Igor Neri, visitou sede da empresa, em Oeiras, no final do mês de agosto, e destacou a importância desse reconhecimento para o estado. “Vimos que a empresa atua em várias frentes, não somente aqui no Piauí, como em outros estados e trazem para cá inovação, tecnologia, além de gerarem empregos”, afirmou. Estiveram também presentes à visita, o superintendente de Desenvolvimento Econômico, Tiago Patrício e o gestor do Centro Internacional de Negócios (CIN),  da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiep), Islano Marques.

Para o empresário Samuel Araújo, fundador do grupo Sama, a conversa foi produtiva e mostrou que o governo está interessado na pauta da apicultura. “Dentre os termos que tratamos foi abordado como poderíamos unir forças para dar mais seguridade à essa atividade que é esquecida pelas políticas públicas, muito embora tenha hoje, por meio do nosso grupo, se destacado como um grande agente desenvolvedor do estado. Se continuarmos nas diretrizes que foram acertadas, que deslumbramos para desenvolver a apicultura do estado, são temas que irão atingir os anseios dos apicultores”, explicou.

Arranjos Produtivos Locais
A SDE estuda o reconhecimento da apicultura como Arranjo Produtivo Local (APL) e busca a criação de um Conselho Gestor para validar a atividade no semiárido piauiense e permitir que todas as empresas desse ramo, desde quem trabalha com o manejo das abelhas até a produção final do mel, possam receber recursos governamentais para fomentar a cadeia produtiva, trazendo inovação, desenvolvimento, novas tecnologias e melhorias na tributação, mercado e eventos. Com o produto devidamente reconhecido como APL piauiense, é possível trazer visibilidade de outras instituições para favorecer as empresas do setor, como a Codevasf, Ministério da Economia e ainda permitir o recebimento de Emendas parlamentares.

Fonte: Ascom SDE