O curso de Pós-Graduação em Estomaterapia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em parceria com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a Residência em Coloproctologia, desenvolvem um mapeamento para atendimento de pessoas com estomia no Piauí.
A estomia consiste em uma cirurgia realizada com objetivo de construir um caminho alternativo de comunicação com o meio exterior para eliminar urina ou fezes, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação. O procedimento cria o estoma, um orifício, na parede abdominal ou na traqueia de maneira definitiva ou provisória. A cirurgia é feita para auxiliar pessoas que têm câncer, sofreu algum acidente, nasceu com problema ou tem alguma doença inflamatória intestinal ou ainda Doença de Chagas.
A pesquisa detectou que existem pacientes com estomia em todo o Estado, sendo que, em sua maioria, eles possuem câncer colorretal, muitos são idosos e residentes de municípios distantes da capital, onde fica localizado o Hospital Lineu Araújo, que é o polo de atendimento especializado para esse tipo de tratamento.
“O diferencial desse projeto é que ele é o único, que tenho conhecimento, onde existe uma parceria com outra instituição e com o programa de Residência, que se propõe a fazer um recadastramento e uma avaliação de todos os pacientes”, afirma a coordenadora do curso de pós-graduação, dra. Sandra Marina.
A partir disso, foi solicitada uma parceria com a Fundação Municipal de Saúde (FMS). Inicialmente, foram atendidos cerca de 1.700 pacientes e, atualmente, são aproximadamente 1.200 pessoas sendo tratadas, segundo a coordenação da Pós-Graduação em Estomaterapia.
“Com o mapeamento desses estomizados é possível termos uma base, não só das principais causas que levam as pessoas a adquirirem uma estomia, também é possível perceber quais as complicações mais comuns, as condutas mais adequadas em relação às bolsas coletoras e materiais adjuvantes. E um aspecto que pudemos destacar foi a quantidade de pacientes que vêm de outras cidades até a capital para serem atendidos. Com isso evidenciado, nosso trabalho pode servir de base para políticas públicas que tenham o objetivo de descentralizar o atendimento ao paciente estomizado e criar centros por todo o estado”, ressalta o estudante Iaggo Figueiredo, que participou do projeto.
Para a estudante da pós-gradução, Isabel Rocha, o principal ganho do projeto é a melhoria na qualidade de vida dos pacientes atendidos. “Poder ver que o atendimento melhorou aquela vida não tem preço. Foi uma experiência rica, cresci muito como profissional e como ser humano, tanto que continuamos ainda como voluntárias. E nosso objetivo é também de descentralização para que os pacientes possam usufruir de seus direitos em seus próprios municípios, pois muitas vezes, a maioria, não tem condições de se deslocar até Teresina”, finaliza.