Melhorar ainda mais o atendimento prestado aos adolescentes que se encontram cumprindo medidas socioeducativas é a proposta da Defensoria Pública do Estado do Piauí, que está direcionado as ações do Projeto “Mente Cidadã- Família, Vulnerabilidade Social e Saúde Mental”, para os Centros de Atendimento de menores em Teresina.
A iniciativa é do defensor público Afonso Lima da Cruz Júnior, titular da 4ª Defensoria Pública da Infância e Juventude e que atua em substituição na 3ª Defensoria Pública da Infância e Juventude que, observando os adolescentes atendidos nesses espaços constatou o aumento de problemas relacionados à saúde mental, especialmente no contexto da pandemia, e contactou a defensora pública Patrícia Ferreira Monte Feitosa, idealizadora e coordenadora do Projeto Mente Cidadã, para desenvolverem um trabalho conjunto. O primeiro contato com os adolescentes aconteceu na última sexta-feira, dia 14 de janeiro, com os internos do Centro Educacional Masculino (CEM).
Afonso Júnior reforça os motivos que o levaram a buscar a parceria com o Mente Cidadã. “Observamos, em nossas visitas periódicas ao CEM e às demais Unidades, que nesse período da pandemia, de crise sanitária, o número de adolescentes com problemas mentais cresceu bastante e, sabendo dos bons resultados desse projeto da Defensora Pública Patrícia Monte, achamos por bem chamá-la para esse trabalho que é de grande valia. Já notamos, em uma primeira conversa dela com os adolescentes, um entusiasmo por parte deles e estamos buscando cada vez mais essas melhorias no atendimento, notadamente ligadas à saúde mental, muito importante em qualquer momento da vida”, destaca o defensor.
A defensora pública Patrícia Monte fala sobre a experiência. “Recebemos o honroso convite do defensor público Afonso Júnior para essa parceria. Na visita realizada ao CEM, na última sexta-feira, reafirmamos a importância de voltarmos os olhos para os adolescentes que entram em conflito com a lei por falta de tratamento adequado à saúde mental na infância e adolescência. Trata-se de uma realidade sobre a qual precisamos que os órgãos e instituições públicas, assim como toda a sociedade, venham a refletir no sentido de perceber que essas crianças e adolescentes com sofrimento psíquico estão somente sendo encarcerados, sem que sejam tratados adequadamente. Registramos a boa receptividade que tivemos no CEM e esperamos com o desenvolvimento das ações do Projeto ali dentro, assim como em outras Unidades de internação, poder contribuir para mudar essa realidade, um passo com certeza decisivo em relação a ressocialização desses menores”, ressalta a Defensora.
Na oportunidade, foi realizada uma conversa com toda a equipe técnica do CEM, incluindo sociólogos, psicólogos, assistentes sociais. Os defensores também visitaram a Unidade, podendo observar especialmente, na rotina de trabalho, a parte voltada para a saúde.
“Foi um encontro muito produtivo e destacamos que o Núcleo da Infância e Juventude está sempre apto e disponível para essas importantes parcerias que venham beneficiar crianças e adolescentes. Esse projeto desenvolvido pela Defensora Patrícia Monte é muito valoroso, grandioso e dignifica a pessoa humana”, afirma Afonso Júnior.