Com o tema “Direitos Humanos das Mulheres: Gênero, Lei Maria da Penha e Violência Obstétrica”, será realizado, neste sábado (3), o segundo módulo do Curso Defensoras Populares, coordenado pela subdefensora pública geral, Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior, com a colaboração das defensoras Lia Medeiros do Carmo Ivo e Verônica Acioly de Vasconcelos, do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE-PI). As três defensoras públicas serão as ministrantes dessa etapa do curso.

A iniciativa vem sendo realizada de forma virtual, por meio da plataforma Zoom, devido ao atual momento pandêmico, ocasionado pelos riscos de contágio do novo coronavírus, causador da Covid-19.

A primeira aula, realizada no sábado, dia 24 de setembro, contou com a participação de cerca de 90 mulheres de Teresina, interior do estado e até do vizinho estado do Maranhão. Na oportunidade, foi abordado o tema “Sistema de Justiça, o Papel das Polícias e a Instituição Defensoria Pública”.

As participantes foram unânimes em destacar a importância da formação, que lhes permitirá atuarem nas comunidades na defesa dos direitos humanos e das mulheres. “Quando eu recebi o convite, fiquei muito feliz e na expectativa realmente porque, primeiro, eu acho que qualquer projeto de multiplicação do conhecimento e das oportunidades é muito salutar e construtivo, depois decidi participar porque, como pessoa da comunicação, uma comunicadora, muitas vezes nos deparamos com as pessoas confiando que a gente sabe tudo e pedindo orientação, pedindo ajuda e a gente encaminha como pode. Dentro do nosso trabalho de assessoria de comunicação isso acontece constantemente e estamos sempre em contato com grupos em situação de vulnerabilidade social, econômica e outras e, muitas vezes, a gente se percebe podendo ser útil quando consegue fazer uma orientação positiva para essa pessoa necessitada. Para mim, um comunicador social é realmente um defensor ou uma defensora dos direitos, principalmente os direitos difusos, uma vez que nós sabemos que a comunicação inclusive é um dos direitos essenciais e que ela é empoderamento. Acho esse tipo de curso e o tema da primeira aula tão importante, tão estratégico, que ela deveria acontecer nas praças públicas, para que as pessoas entendam como procurar seus direitos, desmistifiquem o poder, como algo incansável e destravem”, diz a jornalista Gorete Gonzaga, assessora de Comunicação do Interpi.

A militante negra feminista e integrante do Instituto da Mulher Negra do Piauí (Ayabás), Sônia Terra, concorda com o posicionamento. “Acho a proposta do curso excelente e o que me motivou foi poder interagir com outras mulheres, que igualmente buscam se aprofundar em conhecimentos, naquilo que de fato são direitos das mulheres. Poder contribuir efetivamente nos espaços em que já atuamos tanto enquanto feministas, como enquanto gestoras. No Instituto da Mulher Negra do Piauí trabalho com mulheres negras, uma população muito mais vulnerabilizada e, nesse sentido, é importante ter esse conhecimento, para poder contribuir com essas mulheres de uma forma mais efetiva e eficaz, dentro dessa perspectiva de ampliar conhecimentos, de fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres e interagir com quem faz e pensa essa luta dos direitos das mulheres, a partir também do que a Defensoria Pública nos propõe quanto a sua missão”, destaca Sônia.

A subdefensora pública geral, Carla Yáscar Belchior, se diz muito satisfeita com os primeiros resultados alcançados e com a disposição das integrantes dessa nova turma. “A primeira aula que realizamos teve uma participação significativa, com as mulheres interagindo por meio do chat e destacando a importância dessa formação. O que nos deixa extremamente felizes é saber que, por meio do Defensoras Populares, a Defensoria Pública está cumprindo seu papel de educação em direitos, levando conhecimento para aquelas que futuramente serão mais um grupo capacitado para orientar, acolher e direcionar as pessoas que estão de alguma forma tendo seus direitos cerceados. Os depoimentos das participantes só nos motivam a buscar cada vez mais aprimorar o curso e nossa expectativa é que essa nova turma conclua com sucesso essa formação atuando na promoção dos direitos humanos”, afirma a coordenadora do curso.

A subedefensora pública geral, Carla Yáscar Belchior é a coordenadora do curso