Durante transmissão ao vivo em redes sociais, o governador Wellington Dias divulgou o resultado da sexta rodada de pesquisa realizada pelo Instituto Amostragem. O professor João Batista Teles, diretor do instituto, também participou da live que aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (15).
De acordo com a pesquisa do Instituto Amostragem, realizada de 10 a 13 de junho, a taxa de transmissão saiu de 0.9 para 1.3, com a estimativa de mais de 134 mil pessoas infectadas. Das 4.003 pessoas testadas em 11 municípios, 164 testaram positivo. Com base na pesquisa, a estimativa é que o Piauí atualmente conte com 134.102 pessoas infectadas. Destas, cerca de 70 mil são transmissores da doença e 64 mil não estão transmitindo.
“Alguns aspectos são importantes e chamam a nossa atenção. Entre a quarta e a quinta etapa das pesquisas, estávamos conseguindo ter menos casos novos com as medidas que estavam sendo implementadas e cumpridas. Quando as normas não são respeitadas, todo o trabalho é prejudicado. A única de forma de conter e quebrar a taxa de transmissibilidade é cumprindo as medidas”, alertou a biomédica da Sesapi, Ester Miranda.
No último dia 4 de junho, foi divulgada a quinta etapa da amostragem estadual sobre a Covid-19. Os estudos revelaram que a taxa de transmissão da doença havia caído de 1.7 (uma pessoa transmite para quase duas) para 0.9 (uma pessoa transmite para uma).
O governador Wellington Dias enfatizou a importância de que se continue com o isolamento social, o uso de máscaras e do aplicativo monitora Covid-19. “Temos trabalhado de uma forma preventiva em todo estado, com a ampliação de leitos, por exemplo, mas nesse momento precisamos alertar às pessoas que ainda é necessário continuarmos com as medidas de prevenção. Estamos nos aproximando do esgotamento de profissionais e de medicamentos. Esperamos melhorar os índices para que possamos dar novos passos para a flexibilização”, disse o chefe do executivo estadual.
Projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
O governador Wellington Dias também esteve em videoconferência com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que apresentou um relatório com projeções para o Piauí e apontou um crescimento importante da epidemia no estado. “O inquérito sorológico mostra que a tendência ainda é crescente. A média móvel da incidência de casos, ou seja, casos novos, continua crescendo. O mesmo é observado na média de incidência de óbitos. A projeção da curva epidêmica mostra que o pico será só em setembro”, disse Eduardo Massad, da FGV.
A conclusão do relatório da FGV aponta que o distanciamento implícito obtido pelo modelo para o estado caiu para 48% em relação aos últimos relatórios; a reprodutibilidade de infecção encontra-se em 1.3, ainda longe do ideal, implicando que a epidemia encontra-se em fase ascendente. “Com as premissas atuais, os casos continuam a estar na trajetória ascendente de curva, com aumento exponencial dos casos nas próximas semanas; tanto a média móvel da taxa diária de casos quanto de óbitos apresentam crescimento ascendente, sem sinais de estabilização”, diz o estudo.
Segundo Massad, apesar do quadro preocupante de epidemia ascendente, a fração de ocupação dos leitos de UTI, atualmente em torno de 62%, permite um planejamento racional para aumentar o distanciamento social. “Dá pra começar a discutir o relaxamento das medidas, mas com muita cautela, uma vez que o estado está numa situação confortável por ter se precavido. No entanto, a pandemia ainda poderá durar diversos meses. A incidência calculada a partir do inquérito sorológico é uma função linear crescente”, pontuou.