A Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Polícia Científica (Depoc) e do Instituto de Biometria Forense (IBF), vem realizando trabalhos em perícia criminal com técnicas especializadas que permitem identificar corpos em avançado estado de decomposição.

A técnica que vem se destacando é a de biometria forense. Esse processo de identificação analisa vestígios papiloscópicos, ou seja, as impressões digitais, processo também utilizado para a identificação de cadáveres, o que auxilia na resolução de crimes, bem como na liberação de corpos que chegam ao Instituto Médico Legal (IML) no Piauí.

Para que a identificação possa ser feita no corpo de uma vítima que esteja em avançado estado de decomposição, parte do corpo passa por um método de hidratação da pele, com o objetivo de reconstituir as cristas epidérmicas, que são sulcos que marcam as superfícies das palmas dos dedos das mãos, e também das solas e dedos dos pés, formando as impressões papilares. Essas marcas constroem um padrão de linhas.

Um exemplo foi um corpo encontrado, no último mês, em estado avançado de decomposição, na região do bairro Parque Sul, zona Sul de Teresina. Após exames solicitados pelo Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), a vítima pôde ser identificada.

De acordo com o gerente do Instituto de Biometria Forense de Polícia Científica do Piauí, Juarez Carvalho, o instituto agora dispõe de um Sistema Automatizado de Identificação Biométrica (Abis), que proporciona identificações em larga escala. “Conseguimos identificar os corpos para que o Instituto Médico Legal possa liberar aos familiares, com os mesmos métodos científicos que garantem precisão e veracidade nas identificações civis e criminais”, destacou o gerente.

Em 2023, já foram identificados 46 corpos que chegaram ao IML e que puderam ser liberados a partir do reconhecimento.

“A utilização de sistemas Abis na biometria forense é uma inovação para o Estado do Piauí. Essa tecnologia realiza a comparação de características biométricas (impressão digital e face, por exemplo) de um indivíduo com as amostras existentes em um banco de dados biométrico. Garantindo a unicidade de uma pessoa no banco de dados e evitando possíveis fraudes”, declarou Juarez Carvalho.