O Ministério da Educação (MEC) divulgou, recentemente, que o Brasil conta com apenas 1.731 professores no Ensino Superior com algum tipo de deficiência, número que representa 0,44% do total de docentes neste nível de ensino. Neste cenário, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) é um destaque positivo, ocupando a 3ª posição entre as instituições do país com maior taxa de inclusão (2,28%) de professores com deficiência, com 28 profissionais.

Segundo a Revista Quero, divulgadora da pesquisa, o Brasil tem cerca de 6,2% da população formada por pessoas com deficiência e apenas 21 universidades brasileiras que têm em seu quadro mais de 500 professores possuem ao menos 1% de profissionais com esse perfil dando aula.

O pró-reitor de Administração da Uespi, Pedro Soares Júnior, pontua que existe, de fato, uma dificuldades para que as pessoas com deficiência (PCDs) sejam inseridas no mercado de trabalho e comemora o destaque da Uespi. “Este dado atesta que a política de inclusão estabelecida na Uespi tem sido muito exitosa e esperamos aumentar mais esse índice”, afirmou o professor.

O pró-reitor espera que os números de inclusão aumentem a cada dia na Uespi e em todos os ambientes de trabalho, cultura e lazer.

O professor do curso de Pedagogia da Uespi, Robson Silva, afirma que, na perspectiva institucional, é um avanço, tendo em vista que o número cresceu em relação há anos atrás, porém, socialmente, o número ainda é bem pequeno. “Claro que nós ficamos felizes com esse avanço no âmbito educacional, no entanto, não devemos nos ‘satisfazer’ com esse número. É necessária uma efetivação maior das políticas públicas que atendam essa classe. Não somente na docência, mas nos corredores ainda é tímida a presença de alunos com deficiência. Eu acredito que, além das políticas para as pessoas ingressarem na universidade (tanto alunos ou professores), temos que fortificar as circunstâncias para mantê-las no ambiente acadêmico”, diz.

Professor Robson aponta a necessidade de continuar com políticas afirmativas

 

A professora Kelly Lemos, que é surda e ministrante da matéria de Libras no campus da Uespi de Piripiri, afirma que o dado é importante pois mostra que as PCD são capazes de fazer o que quiser como as pessoas sem deficiência. “Eu aprendi a não desistir dos meus sonhos. Esse dado reflete que nós estamos, mesmo que aos poucos, conseguindo conquistar o nosso espaço. Além disso, queria dizer a todos que nunca esqueçam que vocês são capazes de coisas incríveis e que têm os meios para conquistar seus sonho”, finaliza.

Professora Kely Lemos e sua turma de alunos do curso de Direito da Uespi.