A Escola Municipal do Contentamento, na zona rural de Oeiras, a 315 km de Teresina, desde janeiro deste ano está equipada com placas fotovoltaicas. O sistema foi implantado pela Universidade Federal do Piauí (Ufpi), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifpi) e Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com recursos de emenda da vice-goverdadora Regina Sousa, quando ainda era senadora, que visitou, neste final de semana, a escola e informou que vai propor que as escolas da rede estadual de ensino adotem o sistema, que gera economia mensal de mais de 90%.

Regina Sousa informou que, no Senado, destinou emendas para pesquisas com o babaçu e com energia solar. E ao visitar a escola, que tem 345 alunos, viu que o uso da energia solar muda a vida das pessoas. “É uma escola ambientalmente correta, sustentável e um laboratório para os alunos e as famílias”, disse.

Na escola, foi instalado um painel que mostra diariamente o índice de redução de poluentes como o carbono e enxofre. Regina Sousa pretende levar a experiência exitosa para as escolas estaduais implantarem o Projeto Escolas Solares. Ela informou que a economia é muito grande, além de ajudar na preservação do meio ambiente e servir de laboratório para os alunos e familiares. “Nessa escola, foram instaladas 22 placas e teve uma redução de R$ 1.500,00 na conta de energia. Estou feliz em ter visitado a escola”, ressaltou a vice-gestora.

Para a supervisora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Oeiras, Carlane Leal, a escola ganhou economia e os alunos e as famílias ganharam conhecimento ambiental e energia limpa. Segundo a supervisora, diretores de outras escolas estão solicitando uma visita para conhecer a experiência da primeira escola rural do Piauí a usar energia solar.

“Os alunos reagiram com entusiasmo ao contribuir com a preservação do meio ambiente e ficaram encantados com a redução de energia,” contou a diretora da escola, Jodiléia Pacheco. Ela acrescentou que a rede municipal de ensino de Oeiras já trabalhava com a questão ambiental e o sistema veio ajudar ainda mais o trabalho dos professores.

Constância de Oliveira, também diretora da escola, relatou que a mudança gerada com o sistema solar começou a partir das aulas que uniram a teoria à prática, como o painel que mostra a redução dos poluentes diariamente. “Com a economia na conta de energia, foi possível investir na compra de recursos tecnológicos que, com a pandemia do novo coronavírus, teve a necessidade de usar mais a tecnologia para repassar o conhecimento aos alunos”, frisou a diretora.

Tecnologia no abastecimento de água

Além da escola, os recursos da emenda de R$ 500 mil de Regina Sousa, destinados à Universidade Federal do Piauí para pesquisas em energia solar, foram aplicados na compra de placas para o bombeamento de água para comunidades rurais de Oeiras, Santa Rosa, José de Freitas e Campo Maior. O trabalho de pesquisa foi coordenado pelo professor Marcos Lira, com o apoio do Ifpi.

O professor Laerte Amorim, do Ifpi, explicou que a escolha das comunidades foi técnico. Eles visitaram as comunidades e viram que muitas tinham poço perfurado, mas não tinha água porque não havia energia para bombear a água. Assim, o sistema foi implantado nas comunidades em que a necessidade por água era maior.

Uma das comunidades beneficiadas com o projeto Canindé Solar é Malhada das Pedras, em Oeiras, em que 22 famílias trabalham em 600 hectares de terra e já possuem renda e alimentos. “A nossa vida mudou muito. Antes, a gente só tinha água para beber e agora temos para beber e para a plantação. Foi um projeto que chegou na hora certa, “revelou o presidente da Associação dos Moradores do Assentamento Malhada das Pedras, Antônio Francisco Marques dos Reis. O sistema de bombeamento com energia solar foi implantado no Assentamento em janeiro deste ano e eles já estão colhendo milho, pimenta e pimentão.

Outra comunidade beneficiada com recursos da emenda da então senadora foi a quilombola Canadá Corrente. Os moradores cultivam uma horta de 13 lotes que gera renda mensal, pois a produção é vendida na cidade. “A gente trabalha e sempre tem uns trocados”, relatou Alaídes Rodrigues da Costa. “Antes da horta, a gente não tinha renda e hoje a gente vai produzir sabendo para onde vender”, acrescentou Maria do Socorro Sousa.

Acompanhada do coordenador do PRO Renda, Francisco Guedes, do coordenador do PRO Piauí no Vale do Canindé, Gilmar Fontes, de lideranças de Oeiras e a convite do Padre João de Deus, a vice-governadora visitou ainda a Escola Família Agrícola Caldeirões, que está construindo um abatedouro de galinha caipira, com o apoio do PRO Piauí e Emater.